Stanley: copos térmicos para cerveja viraram febre no Brasil (Stanley/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 14h41.
Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 09h45.
“Nossa história não começou há três anos como muitos pensam”, diz Andréa Martins, presidente da Stanley na América Latina. Na companhia há cinco anos, a executiva foi responsável por transformar a centenária marca de garrafa térmica num fenômeno no Brasil.
A Stanley fez basicamente o mesmo produto há mais de um século: garrafas térmicas resistentes capazes de conservar a temperatura da bebida por horas. O produto funciona muito bem, dada a longevidade do negócio, mas a presença no mercado brasileiro era restrita aos consumidores de chimarrão. Para se tornar uma marca conhecida nacionalmente, surgiu a ideia de apostar em outra bebida queridinha dos brasileiros: a cerveja.
A ideia de criar um copo térmico menor para gelar bebidas foi desenvolvida para atender o público brasileiro.
“O Brasil é pais de clima quente e o terceiro maior mercado de cerveja. Fomos até a sede da companhia em Seattle e fizemos a proposta de um novo produto”, disse a executiva durante sua palestra no BConnected, evento da consultoria Bittencourt voltado para negócios em redes.
A ideia não demorou muito para se materializar. Com capital fechado, a companhia fundada pelo americano William Stanley Jr., em 1913, funciona como uma “startup centenária”.
“Precisamos de ousadia para ver de outra forma o mesmo modelo de negócio. Lutamos internamente para criar um produto capaz de transformar uma marca de garrafas térmicas em uma marca sexy no Brasil”, diz Martins.
A marca, até então pouco conhecida no país, se popularizou. O consumo de cerveja em copos térmicos foi alvo de críticas e curiosidade — o que acelerou o alcance da marca.
”Muito conteúdo orgânico foi produzido sobre o copo Stanley nos últimos anos. Não precisamos combater as críticas e memes. Não há nada melhor do que ver o produto se popularizar e saber da qualidade que ele tem”, diz a executiva.
Da Faria Lima ao litoral brasileiro, o copo Stanley foi aos poucos ganhando espaço no dia a dia do brasileiro. A marca foi responsável por criar uma categoria até então inexistente de copos térmicos para cerveja.O sucesso do produto transformou o Brasil no segundo maior mercado da marca.
”O que tira o meu sono é pensar no próximo passo”, diz a executiva durante a palestra no BConnected. Passado o boom inicial de vendas e a popularização do produto, que vem também com o aumento da concorrência, a executiva diz que a Stanley tem se dedicado a estar presente em mais momentos de consumo. “Lançamos uma linha especial para bar, café, hidratação e chimarrão”, diz.
A aposta em copos mais coloridos e colecionáveis, em parceria com artistas pop, também surgiram com a ideia de aproximar as gerações mais jovens. Um copo roxo gigante no modelo Quencher, em parceria com a cantora Olívia Rodrigo, e uma coleção especial para celebrar os 65 anos da Barbie estão entre os modelos mais populares no TikTok.
Um novo produto deve chegar ao Brasil em breve. Chamado de soft cooler, a lancheira ou bolsa térmica da Stanley já faz sucesso em outros mercados.
A companhia também quer entrar na categoria de lifestyle. Presente no show da Madonna na praia de Copacabana, a empresa vai marcar presença no São Paulo Fashion Week.
Há dois anos, a Stanley contratou a consultoria Bittencourt para entrar no varejo com franquias. “Não temos experiência no varejo. Entendemos a importância desse canal no mercado brasileiro e contamos com a Bittencourt para estruturar todo o projeto”, diz Andréa.
A Stanley já tem 55 quiosques no Brasil. A ideia é se aproximar de potenciais clientes. “Nossos produtos tem um ticket mais elevado. As pessoas querem pegar, ver o produto em mãos. O momento de compra também é importante para contar a história e proposta da marca. Vocês sabiam que os produtos tem garantia vitalícia?”, diz a executiva.
O seleto grupo de franqueados conta cerca de 20 pessoas. Cada franquia tem o investimento inicial de R$ 320.000. As vendas mensais são projetadas em R$ 100.000 e prazo de retorno em 24 meses. Há espaço para mais franquias? A executiva afirma que a companhia trabalha com a projeção de 90 unidades. “Queremos estar nos principais shoppings do país”, diz.