COP26: O enviado especial da China para o clima, Xie Zhenhua, fala durante uma declaração conjunta da China e dos EUA (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 17h50.
A China chegou a um acordo com os Estados Unidos para "fortalecer a ação climática", disse o enviado especial chinês para o clima, Xie Zhenhua, na COP26 em Glasgow.
"Ambas as partes reconhecem que há uma lacuna entre os esforços atuais e os objetivos do Acordo de Paris, por isso vamos reforçar em conjunto a ação climática", disse o funcionário em entrevista coletiva durante a conferência sobre mudança climática.
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China e Estados Unidos são os dois principais emissores de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Juntos, emitem cerca de 40% do total.
Xie explicou que o acordo inclui "planos concretos" ao longo desta década, e que Pequim e Washington estão empenhados em "trabalhar para finalizar o código de regras" do Acordo de Paris de 2015, um dos objetivos das negociações em Glasgow.
“China e Estados Unidos, as duas superpotências mundiais, têm que assumir a responsabilidade de trabalhar junto com outras partes no combate às mudanças climáticas”, acrescentou.
Pouco depois, o enviado especial dos Estados Unidos, John Kerry, tomou a pódio, saudando um "roteiro" que visa definir "como vamos limitar o aquecimento e trabalhar juntos".
Em particular, o documento menciona uma redução significativa nas emissões de metano, um gás de efeito estufa até 80 vezes mais poderoso que o CO2.
Xie garantiu que este novo plano conjunto, uma novidade inesperada em Glasgow, foi executado após 30 reuniões virtuais durante 10 meses.
Kerry e Xie expressaram sua esperança de que este acordo impulsione as negociações em Glasgow, onde os quase 200 países que assinaram o Acordo de Paris de 2015 devem concordar em novas metas para combater o aquecimento global.
Pouco antes, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, havia pedido à imprensa um "impulso decisivo" para fechar as negociações até sexta-feira, quando termina oficialmente a COP26.
Após o anúncio, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, elogiou o "acordo de hoje entre a China e os Estados Unidos para trabalhar juntos para tomar medidas climáticas mais ambiciosas durante esta década"
Ele enfatizou no Twitter que enfrentar a "crise climática requer colaboração e solidariedade internacional".