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Contra Magalu, B2W e Americanas tentam trabalhar juntos

Balanço do terceiro trimestre vem após a B2W anunciar integração com a Centauro em sua plataforma, revanche ao Magalu e à Netshoes

Lojas Americanas: B2W, que é dona do Americanas.com e também de Submarino e Shoptime, colocou no ar parceria com a varejista Centauro (Alexandre Battibugli/Exame)

Lojas Americanas: B2W, que é dona do Americanas.com e também de Submarino e Shoptime, colocou no ar parceria com a varejista Centauro (Alexandre Battibugli/Exame)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 06h32.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 07h36.

São Paulo — Um dia depois de contra-atacar o Magazine Luiza e a Netshoes, as varejistas B2W e Lojas Americanas divulgam seus resultados nesta quarta-feira 30, após o fechamento do mercado. As empresas têm controladores em comum, mas têm operação separada e ações diferentes na bolsa, com a B2W sendo o braço online e as Americanas a operação física.

A B2W, que é dona do Americanas.com e também de Submarino e Shoptime, colocou no ar na terça-feira 29 uma parceria com a varejista Centauro, focada em artigos esportivos. A ação trará facilidades como retirar um produto  comprado online em lojas físicas.

O movimento vem após a Centauro ter tentado neste ano comprar a concorrente Netshoes, que ficou com o Magazine Luiza. O Magalu quis comprar a Netshoes justamente para aumentar seu portfólio de produtos e frequência de compra, exatamente o que a B2W busca ganhar com a Centauro.

Os investidores enxergaram a parceria como “ganha-ganha”, mas isso não impediu as ações da B2W de fecharem em baixa de 1,83% na terça-feira. A B2W acumula prejuízos desde 2011 e ainda precisa provar que consegue fazer o comércio eletrônico ser rentável.

Em agosto, a B2W anunciou que captaria 2,5 bilhões de reais para integrar suas operações digitais com as lojas físicas da Americanas. Embora o movimento mostre a empresa tentando melhorar sua multicanalidade, a conta foi basicamente paga pelas Lojas Americanas, seu acionista controlador (com 61,5% de participação). Investidores estarão atentos para entender como o movimento impactou ambas as empresas. Foi o quarto aumento de capital da B2W desde 2014, e, portanto, o quarto grande aporte das Lojas Americanas, somando 6,9 bilhões de reais.

No terceiro trimestre, analistas ouvidos pela Bloomberg esperam prejuízo de 97 milhões de reais na B2W e lucro 4,79% menor nas Lojas Americanas, de 68 milhões de reais. Mas analistas vêm recomendando a compra da B2W apostando em seu potencial de crescimento, uma vez que, no Brasil, o comércio eletrônico ainda responde por somente 4% do varejo. O ItaúBBA, que classificou recentemente a ação da B2W como “acima da média”, reforça pontos positivos como a B2W Entregas, braço de logística que já entrega 70% do marketplace, e o potencial de engrenar o Ame, carteira digital lançada neste ano — na onda de produtos financeiros desenvolvidos por varejistas.

Pelo lado das Lojas Americanas, pesa justamente a falta de integração com o digital. A começar pela operação separada com a B2W, algo que fazia sentido nos anos 2000 mas soa esquisita diante da multicanalidade exigida em 2019.

O balanço das empresas-irmãs sai ainda um dia depois de o Magalu, um dos principais concorrentes, apresentar resultados positivos no trimestre: as vendas no e-commerce chegaram a 48%, com um marketplace em crescimento e lojas físicas abertas em novos mercados. A B2W, outrora rainha absoluta do e-commerce brasileiro, ainda tem vantagem, sendo vice-líder no e-commerce (atrás do Mercado Livre). São mais de 60% das vendas vindas do marketplace e 31.000 lojistas parceiros na B2W, muito além dos 11.ooo do Magalu.

Ainda assim, sozinho, o Magalu vale 65 bilhões na bolsa, 20% a mais que  os 54 bilhões de Americanas e B2W, somados.

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