Vinicius Roveda, da Conta Azul: expectativa é de crescimento de 150% em 2025 (Divulgação/Divulgação)
Repórter
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 14h47.
Uma das primeiras empresas brasileiras a oferecer um software de gestão financeira para PMEs, a Conta Azul acaba de obter autorização do Banco Central para operar como instituição de pagamento (IP). A licença permite que a fintech atue como emissora de moeda eletrônica e deve gerar um crescimento de 150% em 2025 e R$ 500 milhões em faturamento até 2026.
A autorização do BC signfica que os clientes da Conta Azul poderão realizar cobranças, transferências e pagamentos diretamente pelo sistema de gestão da empresa, sem a necessidade de acessar um banco online. A integração total das finanças no sistema da startup permite que os empreendedores tenham mais controle e reduzam o tempo dedicado à gestão financeira em até 64%, de acordo com um estudo conduzido pela plataforma Futuros Possíveis em parceria com a Conta Azul.
Desde 2012, a empresa tem trabalhado com a digitalização de pequenas e médias empresas ao oferecer uma plataforma completa para o gerenciamento de finanças. Por trás disso estava o fato de os softwares de gestão até então serem, em essência, voltados a empresas grandes. Por isso, com custos proibitivos para boa parte das PMEs. Atualmente, cerca de 25% da receita da Conta Azul é proveniente de serviços financeiros, enquanto 75% ainda é gerada pelo software de gestão.
Agora, com a licença de IP em mãos, a Conta Azul quer resolver outro problema do empreendedor: o acesso ao crédito. A fintech agora oferece uma solução de crédito pré-aprovado para PMEs. “Temos informações detalhadas sobre o ciclo de recebimentos e pagamentos dos nossos clientes. Isso nos permite analisar o risco de crédito de maneira única, oferecendo crédito pré-aprovado com taxas mais justas e acessíveis”, diz o fundador Vinicius Roveda.
A solução já está disponível para alguns usuários e será ampliada nos próximos meses. A ideia é que o crédito seja liberado com apenas um clique, diretamente pelo sistema de gestão, e que o valor seja disponibilizado em menos de um minuto. Segundo o CEO, Vinicius Roveda, a inovação faz parte do objetivo de “oferecer crédito de forma ágil e justa, ajudando os clientes a manterem a saúde financeira em dia e facilitando o crescimento dos negócios”.
A Conta Azul foi fundada há 12 anos pelos empreendedores Vinicius Roveda, José Carlos Sardagna e João Zaratine. De lá para cá, expandiu o produto para outras frentes importantes de uma empresa, como módulos para contadores e de folhas de pagamentos em 2018. Mais recentemente, em 2024, anunciou uma conta bancária para PJs.
Em 2011, ainda em fase pré-operacional, a Conta Azul foi selecionada para o programa de aceleração de negócios da 500 Startups, um dos mais prestigiados do Vale de Silício, nos Estados Unidos. Para além do aporte inicial em função de fazer parte do programa, no valor de 50.000 dólares, a empresa passou por outras quatro rodadas de captação de recursos entre 2012 e 2018.
Entre os investidores estão Monashees, Ribbit Capital, Tiger Global Management. Em 2023, a Conta Azul anunciou a integração de sua plataforma à do BTG Pactual Empresas, braço de PMEs do banco (do mesmo grupo de controle da EXAME).