A companhia tem um time de 45.000 profissionais pelo mundo. Destes, 17.000 chegaram à companhia nos últimos cinco anos (McKinsey/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 22 de fevereiro de 2023 às 11h06.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2023 às 12h26.
Acostumada a colocar os seus serviços a disposição dos clientes e a orientá-los como devem proceder para obter ganhos de produtividade, a consultoria McKinsey vai usar do próprio conhecimento para fazer corte no tamanho da sua operação.
A expectativa é de que a empresa demita cerca de duas mil pessoas globalmente nas próximas semanas - o número total ainda não foi fechado. Levado à frente, será o maior processo de desligamento da história da companhia, fundada em 1926 pelo americano James O. McKinsey.
A notícia foi divulgada pela Bloomberg e confirmada pela companhia. "Nós estamos redesenhando a maneira como nossas equipes que não atendem ao cliente operam pela primeira vez em mais de uma década, para que essas equipes possam efetivamente apoiar e escalar com nossa empresa”, declarou em comunicado.
As áreas em que devem ocorrer os desligamentos são recursos humanos, tecnologia e de comunicação, de acordo com uma fonte do Financial Times. Nos últimos meses, a empresa já tinha diminuído o ritmo de contratação desses setores.
Na nota, a empresa informou ainda que continua no processo de contratação de profissionais que prestam atendimento direto aos clientes, como uma forma de atender a alta demanda de mercado.
Atualmente, a McKinsey tem um time de 45.000 profissionais pelo mundo. Destes, 17.000 chegaram à companhia nos últimos cinco anos.
O ritmo de crescimento fez a empresa registrar um faturamento recorde em 2021, quando superou a cifra de 15 bilhões de dólares. Em 2022, apesar de ainda não ter apresentado os resultados, a indicação é de que o recorde foi batido mais uma vez em receita.
A reestruturação e as demissões acompanham o cenário global, marcado nos últimos meses por cortes nos investimentos e anúncios de demissão, principalmente nas gigantes de tecnologia. Amazon, Microsoft, IBM, Google, Philips e Zoom são alguns dos casos mais recentes.
Circula também a informação de que a movimentação é um mecanismo para a companhia preservar o bônus dos seus executivos. Com o menor número de profissionais no back-office, a fatia do bolo fica maior.
Procurada, a operação brasileira informou que não comentará sobre o assunto.