Murilo Ferreira: licença de Ferreira foi anunciada no dia 14 pela Petrobras, que não deu mais detalhes sobre os motivos da decisão (Agência Vale)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2015 às 21h51.
São Paulo - O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a licença do presidente do Conselho, Murilo Ferreira, após o executivo ter pedido para se ausentar do cargo até 30 de novembro devido a razões pessoais, mas a aprovação não foi unânime, devido à abstenção de um conselheiro.
De acordo com ata de reunião publicada nesta quarta-feira, o conselheiro Deyvid Souza Bacelar da Silva se absteve da votação, declarando em seu voto que Ferreira "foi muito prudente em seu voto com relação à abertura de capital da BR Distribuidora" e que o executivo "poderia ajudar o colegiado (da empresa) na condução da mudança na estrutura organizacional da Petrobras".
No entanto, como a licença foi pedida por motivos pessoais, o conselheiro declarou "não haver o que questionar acerca dessa decisão", segundo a ata.
Na segunda-feira, o presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, disse esperar que Ferreira retorne para a presidência do Conselho da companhia, tentando afastar especulações sobre sua saída.
A licença de Ferreira foi anunciada no dia 14 pela Petrobras, que não deu mais detalhes sobre os motivos da decisão. No mesmo dia, uma fonte disse à Reuters que o pedido de licença não estava relacionado às discussões sobre a abertura de capital da BR Distribuidora.
Segundo a fonte, Ferreira vai aproveitar a licença até o fim de novembro para focar na Vale, que enfrenta turbulências com a desaceleração da economia da China.
Ferreira, que também ocupa o posto de presidente-executivo da mineradora Vale, tem discordado da forma como estão sendo conduzidas algumas questões na petroleira.
O Conselho também aprovou a licença do suplente de Ferreira, Clovis Torres Junior, até 30 de novembro, e a nomeação do conselheiro Luiz Nelson Guedes de Carvalho para exercer as funções de presidente do Conselho.
O conselheiro Deyvid Souza Bacelar da Silva também se absteve dessa votação.
"A decisão de um novo nome para presidir o Conselho exige uma reflexão mais ampla e madura, dada a responsabilidade de dirigir, mesmo que temporariamente, a maior empresa do país", declarou em seu voto. "Cabe, por exemplo, compreender os motivos que justificaram a licença do atual presidente", completou.