Samarco (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de novembro de 2017 às 14h14.
Rio de Janeiro - O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais adiou para dezembro uma decisão sobre licenças da Samarco necessárias para construção de local que deverá receber rejeitos de mineração, em Mariana (MG), assim que a empresa for autorizada a retomar suas atividades na região.
O adiamento ocorreu após integrantes do Conselho pedirem em reunião na sexta-feira vistas do processo, que poderá conceder licenças prévia e de instalação do projeto, informou nesta segunda-feira a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais.
O plano da Samarco é utilizar uma cava chamada Alegria Sul para depositar os rejeitos da atividade minerária na região. Para a utilização do espaço, no entanto, a Samarco ainda precisará de uma licença de operação.
"Os conselheiros pediram vistas ao processo. Agora o tema deve retornar na próxima reunião prevista para o dia 11 de dezembro", disse a assessoria de imprensa da Semad, por e-mail.
A Samarco paralisou suas operações em Mariana há dois anos, após o rompimento de uma de suas barragens de rejeitos, que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, em toda a sua extensão, até o litoral do Espírito Santos.
Além do licenciamento da cava de Alegria Sul, a Samarco também precisa obter uma licença operacional corretiva de todo o complexo de mineração em Mariana, para voltar as suas atividades. O pedido de licenciamento já foi protocolado junto à Semad e está em análise, mas ainda não há data prevista para conclusão.
O rompimento da barragem da Samarco, em 5 de novembro de 2015, foi considerado o maior desastre socioambiental da história do Brasil. A mineradora brasileira pertence a brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro, e a anglo-australiana BHP Billiton,, maior mineradora do mundo.