André Brandão: reunião contou com a presença de seis dos sete conselheiros do banco, incluindo o próprio presidente (Alan Santos/PR/Flickr)
Victor Sena
Publicado em 4 de março de 2021 às 16h37.
Última atualização em 4 de março de 2021 às 16h39.
Quatro conselheiros independentes do Banco do Brasil saíram em defesa do presidente da instituição, André Brandão, em reunião do Conselho de Administração nesta nesta quarta-feira.
A reunião contou com a presença de seis dos sete conselheiros do banco, incluindo o próprio presidente. Em ata, eles manifestaram o compromisso com a governança corporativa e elogiaram a gestão de André Brandão.
Os conselheiros independentes Hélio Lima Magalhães, José Guimarães Monforte, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima pediram também pela continuidade do presidente à frente do Banco do Brasil.
André Brandão tem "desagradado" ao presidente Jair Bolsonaro desde janeiro por defender uma política de redução de custos no Banco do Brasil, com fechamento de agências e um Plano de Demissão Voluntário (PDV). Os dois chegaram a se desentender. Na época, o chefe do Executivo tentou tirar Brandão do cargo, mas mudou de ideia após conversas com sua equipe econômica. O plano de demissões prevê o fechamento de 112 agências e o desligamento de 5 mil funcionários.
Na última semana, a saída de Brandão voltou a ser dada como certa. No entanto, o banco negou.
O Conselho de Administração da Petrobras é outro colegiado que também tem questionado as decisões de Brasília das últimas semanas. Nesta terça-feira, quatro conselheiros fizeram o mesmo pedido e dois citaram a troca no comando da companhia como motivo.
Já na noite desta quarta-feira, a Petrobras confirmou a renúncia de mais um. Leonardo Pietro Antonelli pediu para não ser reconduzido ao conselho de administração da companhia. Leonardo Antonelli é o quinto conselheiro a pedir para não ser reconduzido.
A "debandada" acontece semanas após o presidente Jair Bolsonaro decidir trocar o presidente da estatal Roberto Castello Branco pelo general Silva e Luna.
A troca no comando da companhia aconteceu depois de uma série de altas nos preços dos combustíveis e de o presidente Jair Bolsonaro criticar a política de Castello Branco, que fica até 20 de março.
Castello Branco, que foi indicado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, foi visto pelo mercado e por analistas nos últimos dois anos como um bom gestor, que reduziu o endividamento e ajudou a levar a companhia a focar em ativos mais estratégicos.
Em 2020, apesar da pandemia, a Petrobras teve um lucro líquido de 7 bilhões de reais.