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Conheça Jack Ma, ou crazy Jack, o homem por trás da Alibaba

O terceiro homem mais rico da China fundou a maior empresa de e-commerce do mundo de seu apartamento em 1999


	Jack Ma se apresenta na Alifest de 2009, em comemoração aos 10 anos da Alibaba
 (Reprodução/Youtube/Crocodile Yangtze)

Jack Ma se apresenta na Alifest de 2009, em comemoração aos 10 anos da Alibaba (Reprodução/Youtube/Crocodile Yangtze)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 18h12.

São Paulo – Em 2009, Jack Ma emergiu do centro de um palco montado no meio de um estádio de futebol em Hangzhou, na China.

Munido de uma peruca branca, muita maquiagem e óculos escuros, crazy Jack, como é conhecido, cantou a música de abertura do filme Rei Leão para milhares de funcionários.

A Alibaba, a empresa de e-commerce que havia feito o eBay desistir da China, comemorava seus 10 anos de existência. Hoje, a companhia é considerada líder no setor de comércio eletrônico e se prepara para fazer a possível maior oferta pública de ações da história dos Estados Unidos.

Jack Ma, fundador, antigo presidente executivo e hoje presidente do conselho da Alibaba, foi o principal responsável por tudo isso.

Ma nunca foi um líder de empresa de tecnologia convencional. Ao contrário dos gênios do Vale do Silício, nunca foi bom em matemática, foi reprovado no vestibular chinês duas vezes antes de passar no curso de pedagogia e, até hoje, não sabe nada de programação.

Só ouviu falar da internet em 1995, em sua primeira visita aos Estados Unidos, quando lutava para manter de pé sua empresa de traduções inglês-mandarim.

Ouviu dizer que na rede, conseguiria encontrar informações sobre tudo o que quisesse. Ma ficou impressionado, mas, ao procurar a palavra “beer” (cerveja em inglês), espantou-se ao não encontrar nenhuma marca chinesa.

Em outras buscas, percebeu que havia pouquíssimas informações sobre qualquer coisa relacionada à China. Ao voltar para casa, Ma deu início ao que provavelmente foi o primeiro negócio de web no país, a China Pages.

A ideia era criar páginas com informações sobre locais e empresas chinesas para divulgá-las para o exterior. O negócio falhou, mas Ma não desistiu da internet.

Quatro anos depois, de seu apartamento em Hangzhou, fundou, com mais 17 amigos, a Alibaba, que à época fornecia listas de produtos vindos de fora para que consumidores pudessem escolher. O negócio decolou.

Guerra com eBay

Em 2003, veio seu maior desafio: a eBay, então maior empresa de e-commerce do mundo, comprou a Each Net, que detinha 80% da fatia do mercado de transações pela internet.

Como resposta, Jack Ma lançou o TaoBao, um site de compras nos mesmos moldes do eBay, com um diferencial: os anunciantes de produtos não pagavam taxas.

No início de 2004, o eBay estimou que, até 2015, a China seria seu maior mercado. Em 2006, vendeu seu negócio no país a um parceiro local e desistiu da briga. Já não era possível vencer a TaoBao. A história fez tanto sucesso que virou até documentário.

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Nesse meio tempo, Jack Ma se deparou com um problema: pouquíssimas pessoas na China tinham acesso a cartões de crédito. Para resolvê-lo, ele criou em 2004 a Alipay, um serviço de pagamentos online que funciona nos mesmos moldes que o Pay Pal.

Em 2005, o Yahoo comprou 40% da companhia por 1 bilhão de dólares. A injeção de dinheiro fez o site dar um salto e, em 2011, a Alibaba recomprou metade do que havia vendido por 7,1 bilhões de dólares.

Em 2013, as transações feitas na Alibaba atingiram 240 bilhões de dólares, valor superior a todas as compras e vendas realizadas na Amazon e no eBay juntas. A Alipay já tem três vezes o tamanho da PayPal.

E Jack Ma, que deixou o cargo de CEO em 2013 para assumir a presidência do conselho, continua rindo à toa. Até a semana passada, ele era o sexto maior bilionário da China, com uma fortuna de 8,1 bilhões de dólares, segundo a Forbes.

Com a oferta da Alibaba na bolsa, analistas estimam que ela valerá 168 bilhões de dólares. Com os 8,9% que Ma possui, ele chegaria à sua fortuna cerca de 13 bilhões, segundo a Bloomberg, o que o deixaria muito próximo do primeiro lugar. Wang Jianlin é dono de 13,8 bilhões de dólares.

Seu foco, agora, é arrumar uma maneira de transferir seu negócio de sucesso para os smartphones e tablets.

Ela permanece atraindo a atenção da China e do mundo: nesta sexta-feira, ele autorizou a realização de um casamento coletivo na sede de sua empresa, em Hangzhou. 102 casais participaram da cerimônia.

A quem interessar possa, Jack Ma continuará fazendo performances em todas as festas anuais da Alibaba.

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