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Concorrente quer ocupar espaço da Takata

Concorrentes da Takata se preparam para ocupar liderança na produção de airbags no país, se escândalo afetar produção brasileira


	Airbag Takata: empresas brasileiras querem ganhar espaço no vácuo do escândalo de airbags defeituosos da Takata
 (Joe Skipper / Reuters)

Airbag Takata: empresas brasileiras querem ganhar espaço no vácuo do escândalo de airbags defeituosos da Takata (Joe Skipper / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2016 às 09h40.

São Paulo - O defeito no sistema de airbag da fabricante japonesa Takata que levou ao maior recall mundial de veículos ainda não afetou os negócios da filial brasileira do grupo, com fábrica em Jundiaí (SP).

A empresa, porém, se prepara para provável queda de mercado ao reconhecer que deve perder contratos dos novos projetos das montadoras.

Marcas concorrentes se preparam para assumir o vácuo que a hoje líder do mercado brasileiro de airbags pode deixar. Na linha de frente estão outras duas gigantes no ramo que já atuam no País, a Autoliv e a TRW.

Além delas, a GDBR, subsidiária da japonesa Toyoda Gosei, com fábrica inaugurada em 2015 em Itapetininga (SP) conseguiu contrato para um novo carro da Honda, segundo fontes do mercado.

A Honda do Brasil informa que não utilizará mais insufladores de airbags da Takata em novos modelos, mas não revela nomes de fornecedores. A Fiat Chrysler anunciou lá fora que deixará de usar airbags Takata.

Outra fabricante da peça, a KSS - Key System Safety, grupo americano adquirido pela chinesa Ningbo Joyson, pode apressar plano de instalar fábrica no interior de São Paulo.

"Todas as montadoras estão renegociando contratos para novos produtos; se perdermos o projeto lá fora, perderemos também no Brasil", admite Airton Evangelista, presidente da Takata brasileira.

O insuflador (peça que apresenta o problema que levou ao recall) não é feito no Brasil. É importado pela Takata da Alemanha, México e China. Até agora, cerca de 80 milhões de carros passam por recall em todo o mundo.

No Brasil são 2 milhões de veículos, a maioria da Honda e da Toyota, mas também foram feitas convocações por Fiat Chrysler, Mitsubishi, Nissan, Subaru, Volkswagen e Audi.

Segundo Evangelista, o grupo enfrenta situação bastante crítica e negocia aportes com fundos de investimento. "Já há grupos interessados em investir."

Sem novo aporte, a Takata não conseguirá bancar os custos do recall, multas e indenizações previstas, valor projetado em US$ 10 bilhões. O grupo fatura cerca de US$ 6 bilhões por ano.

Cotações

Arnaldo Coronel, diretor comercial da Autoliv, diz que a empresa tem sido consultada mas, por enquanto, não fechou nenhum novo contrato. A fábrica de Taubaté (SP) produz cerca de 74 mil airbags por mês.

A TRW, fabricante do item em Limeira (SP) não comenta o tema, mas fontes dizem que ela tem feito cotações para diversas montadoras. A maioria das concorrentes da Takata, como TRW e Autoliv, está fornecendo insufladores para o atendimento do recall do chamado "airbag mortal", pois a empresa não dá conta de atender a demanda.

Elas utilizam nitrato de guanidina como indutor de abertura dos airbags, enquanto a Takata usa nitrato de amônio, apontado como responsável pela forte explosão que provoca o rompimento da peça metálica que envolve a bolsa inflável.

Partes da peça são expelidas como navalhas e já causaram 14 mortes nos EUA e na Malásia e mais de 100 feridos, nenhum deles no Brasil. A Takata também vai substituir o amônio pela guanidina.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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