Vania Thaumaturgo, CEO da Osten Digital: venture studio quer investir 70 milhões de reais em startups que atuam na Amazônia (Moove Digital/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 15 de julho de 2023 às 08h30.
O negócio principal da Osten Group, de São Paulo, é vender carros. Eles fazem isso há mais de 20 anos. Recentemente, porém, ampliaram seu leque de produtos, apostando, também, em tecnologia. Foi assim que nasceu a Osten Moove, uma venture builder que conta com desenvolvedora de jogos, startups e tecnologias como metaverso. E neste ano, fincaram bandeira em Manaus (AM) com uma venture studio — uma máquina de fazer startups.
Apesar dos nomes serem parecidos, há certas diferenças. Uma venture capital é uma modalidade de investimento em empresas normalmente iniciantes, de porte pequeno ou médio. Já uma venture builder vem de corporações que atuam no desenvolvimento de outras empresas inovadoras, aportando seus próprios recursos. E uma venture studio é uma plataforma que faz aporte financeiro, mas também de desenvolvimento e educação junto com as startups.
“Não fazemos só o aporte financeiro”, afirma Fabiano Nagamatsu, CEO da Osten Moove. “A gente desenvolve a tecnologia junto com as startups. Por isso somos um estúdio. Seja um aplicativo, uma plataforma, ajudamos com isso também”.
Na capital do Amazonas, o negócio se chama Osten Digital. Ele foi desenvolvido em parceria com o Polo Digital de Manaus. Inicialmente, a empresa disponibilizou R$ 20 milhões para serem aportados em startups locais, principalmente com foco em tecnologia da informação e comunicação e biotecnologia.
Desse valor, duas startups já receberam aportes. Outras quatro estão em negociação. O valor do cheque varia conforme as necessidades dos negócios, mas fica entre 500.000 e 1,5 milhão de reais.
O próximo agora é começar a fazer parcerias com outras empresas e investidores para que o valor disponível para aporte em startups seja de 70 milhões de reais. A ideia é que sejam os 20 milhões da Osten Moove e outros 50 milhões de parceiros.
São três os principais motivos que fizeram a Osten Digital investir na Amazônia:
“A bioeconomia é uma vocação natural da região”, diz Nagamatsu. “Existem muitas startups com estudos, muita pesquisa de tecnologia que até hoje não se transformou em produto. Nosso papel é levar essas pesquisas para o mercado”.
Como a Osten Digital, além de investir, ajuda na aceleração do negócio, mira suas atenções a startups em early stage. Ou seja, não precisam ter o sistema ainda, mas que, de alguma forma, já tenham validado o negócio.
Sobre os setores mirados, a atenção é para aquelas que desenvolvam tecnologias de comunicação, informação e bioeconomia.
“Olhamos para quem traz propostas tecnológicas, conversando com deixar a floresta de pé”, afirma Vania Thaumaturgo, CEO da Osten Digital. “Projetos de biotecnologia, bioenergia, uso de insumos naturais em produtos do mercado”.
Não necessariamente a startup precisa ser de Manaus ou do estado do Amazonas. A obrigatoriedade é que elas invistam — ou comecem a investir — de alguma forma na região.
Para este ano, a intenção da Osten Digital é ampliar o portfólio de startups. Para o ano que vem, além da bioeconomia, pensam em estender para Manaus o braço da Osten Moove de desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Além disso, a holding (Osten Moove) também recebeu um convite para abrir uma operação semelhante à de Manaus em Santa Catarina. Ainda não está definido se o negócio sairá do papel, mas é um projeto em desenvolvimento, diz Nagamatsu.