Cartões: os pagamentos digitais elevaram para 43% sua participação no consumo das famílias brasileiras ante 38% em 2018 (Joe Raedle/Getty Images)
Natália Flach
Publicado em 22 de abril de 2020 às 15h06.
Última atualização em 22 de abril de 2020 às 15h09.
Os brasileiros transacionaram 1,84 trilhão de reais por meio de cartões de crédito, débito e pré-pagos em 2019, o que representou um crescimento de 18,7% em relação a 2018, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento. "É um crescimento expressivo, mais um recorde", comenta Pedro Coutinho, presidente da entidade, em vídeo.
As compras com cartões de crédito registraram, pela primeira vez, um volume acima de 1 trilhão de reais, chegando a 1,16 trilhão de reais, alta de 19,8% ante o ano anterior. Já os cartões de débito somaram 664,40 bilhões de reais (avanço de 15,5%), enquanto os cartões pré-pagos atingiram 22 bilhões de reais (alta de 73,6%).
Os pagamentos realizados a distância, principalmente via e-commerce, plataformas digitais e aplicativos representaram 28% das transações com cartões de crédito no Brasil em 2019 – a fatia em 2018 era de 20,5%. O valor movimentado foi de 323,5 bilhões de reais, avanço de 31% em comparação com o ano anterior.
O volume de compras feitas por meio da tecnologia de aproximação NFC (Near Field Communication), em que o consumidor apenas aproxima seu dispositivo (cartão, celular, relógio e pulseira, entre outros) da máquina de cartão para realizar pagamentos, cresceu 565%, movimentando um total de 6 bilhões de reais.
Com o resultado, os pagamentos digitais elevaram para 43% sua participação no consumo das famílias brasileiras ante 38% em 2018. "Estamos nos aproximando da nossa meta de atingir 60% em 2022. Tudo indica que devido ao atual momento e ao maior volume em transações digitais achamos que pode ser uma meta que pode ser atingida um pouquinho antes do final de 2022", afirma.
Sobre o primeiro trimestre, Coutinho diz que não tem ainda os dados fechados nem as projeções para 2020, mas até meados de março a indústria de meios de pagamento vinha em um ritmo muito parecido com o de 2019. "Claramente de meados do meio de março para cá houve uma queda importante em todas as transações", afirma.
"Toda a nossa cadeia de emissores está em contato direto com os seus clientes, renegociando dívidas, dando mais prazo, revendo alguns preços. Com os adquirentes, além de levar aos clientes outros serviços, como a parte de ecommerce, de serviço on-line, cartão de transação não presente, levamos como associação ao ministério da Economia e ao Banco Central a proposta para que os adquirentes possam participar do processo de repasse de recursos institucionais aos pequenos empresários e aos microempreendedores."