Ale: o acerto da compra da Ale pela Ipiranga, por 2,17 bilhões de reais, foi anunciado ano passado (Leo Drumond/Arquivo)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 20h05.
São Paulo - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu em parecer divulgado quarta-feira que a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga, da Ultrapar, pode resultar em elevação de preços na distribuição e na revenda.
Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria em função "do aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor", dominado por quatro companhias (BR Distribuidora, da Petrobras; Raízen, da Shell e Cosan; Ipiranga e Ale).
Segundo o parecer da Superintendência, os mercados mais afetados pela operação são os de gasolina, diesel e etanol.
"Por essa razão, a operação foi impugnada para análise do Tribunal do Cade, órgão responsável pela decisão final sobre a aprovação, reprovação ou adoção de eventuais remédios que afastem os problemas identificados", afirmou o órgão em nota.
O acerto da compra da Ale pela Ipiranga, por 2,17 bilhões de reais, foi anunciado em meados do ano passado.
Procurada, a Ipiranga não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
As determinações do tribunal podem ser aplicadas de forma unilateral ou mediante acordo com as partes, acrescentou o comunicado.
O ato de concentração foi notificado em 19 de setembro de 2016, e o prazo legal para a decisão final do Cade é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.