Presidente da Ryanair: "Eu não acho que qualquer outra companhia aérea na Europa vai apresentar ou prever esse tipo de crescimento do lucro" (Albert Gea/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2016 às 14h18.
Dublin - A Ryanair espera anunciar lucro recorde este ano, apesar da votação do Reino Unido para deixar a União Europeia, mas planeja cortar milhões de assentos das rotas de Londres e transferi-los para bases mais lucrativas do bloco, afirmou nesta segunda-feira a companhia aérea de baixo custo.
A rival easyJet disse na semana passada que era incapaz de dar uma previsão de lucro no rescaldo da Brexit, enquanto a alemã Lufthansa alertou sobre o lucro.
Mas, embora a Ryanair diga que enfrenta vários riscos ligados à Brexit, o presidente-executivo Michael O'Leary disse "não ver a evidência para justificar um corte" na previsão de lucro para o ano todo de entre 1,375 bilhão e 1,425 bilhão de euros, um aumento de 13 por cento.
"Eu não acho que qualquer outra companhia aérea na Europa vai apresentar ou prever esse tipo de crescimento do lucro", disse O'Leary.
"Mas todas as nuvens no horizonte sugerem que há riscos significativos para o lado negativo na segunda metade do ano", disse ele, referindo-se ao exercício fiscal da empresa que se encerra no fim de março.
O'Leary, um dos empresários mais relevantes em defesa da permanência do Reino Unido na UE, referiu-se aos 17 milhões de eleitores que apoiaram a Brexit no referendo 23 de junho como "idiotas".
Para minimizar o impacto do Brexit, a Ryanair vai começar a cortar capacidade de aeroportos do Reino Unido neste inverno (no hemisfério norte), com o corte de 600 mil assentos de uma oferta planejada de 9 milhões no aeroporto de Stansted neste inverno, embora não irá fechar qualquer rotas.
No próximo ano, a Ryanair vai ofertar cerca de 2 milhões a menos de assentos de um total previsto de 23 milhões saindo da Grã-Bretanha e a maioria dos 50 aviões que devem ser entregues no próximo ano será destinados a rotas não-britânicas.