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Como um novo investimento de R$ 500 milhões da CCR tem tudo pra mudar a sua vida

Empresa acaba de criar uma diretoria de tecnologia para acelerar a inovação em rodovias, aeroportos e na mobilidade urbana

Cristiane Gomes, diretora de Tecnologia e Digital da CCR: “Vamos olhar mais para os dados, para conexão dos carros e das pessoas, vamos facilitar a vida dos nossos clientes” (CCR/Divulgação)

Cristiane Gomes, diretora de Tecnologia e Digital da CCR: “Vamos olhar mais para os dados, para conexão dos carros e das pessoas, vamos facilitar a vida dos nossos clientes” (CCR/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 11h25.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 17h22.

Algumas empresas, quando promovem mudanças ou novos investimentos, têm a capacidade de impactar diretamente a vida das pessoas. É o caso da CCR, a maior empresa de infraestrutura e mobilidade do país. Com um faturamento próximo aos 20 bilhões de reais, a companhia administra 39 ativos usados por milhões de pessoas diariamente. Em suas rodovias, passam 2 milhões de veículos por dia. Em seus metrôs e trens, 3 milhões. Por ano, em seus 20 aeroportos, circulam 43 milhões de passageiros. É gente para caramba. 

Toda essa galera poderá sentir os impactos, então, de um novo investimento que a empresa acaba de anunciar em primeira mão à EXAME. São 500 milhões de reais, destinados a acelerar a transformação digital e tecnológica da companhia. O valor será alocado numa recém-criada diretoria de Tecnologia e Digital, comandada pela executiva Cristiane Gomes. Ela já tinha sido responsável, no passado, pela divisão de aeroportos do grupo. 

Dentro dessa diretoria, Cristiane terá a missão de encontrar soluções tecnológicas e digitais para os serviços da CCR. Uma das grandes missões, por exemplo, é acabar com o uso do dinheiro físico em praças de pedágio até 2026. 

“Por mais que somos uma empresa de infraestrutura, que pode parecer quadrada, sempre inovamos. Vem de nós a ideia de ter pedágios eletrônicos, lá em 1998”, diz Cristiane. “Na mobilidade urbana, começa conosco o uso de robôs para conduzir metrôs, na Linha Amarela de São Paulo. Agora, teremos uma diretoria específica para trabalhar em mais inovações e na digitalização de serviços”. 

Além dos movimentos internos realizados, a companhia também foi ao mercado para buscar profissionais. Atualmente, ainda há cerca de 60 posições especializadas em tecnologia para serem preenchidas na nova composição do grupo.

Para além do processo de digitalizar as praças de pedágio a fim de acabar com o uso de dinheiro físico, outros projetos estão no foco da CCR. Na mobilidade, por exemplo, a empresa estuda o uso de hidrogênio verde em trens. Nos aeroportos, avaliam como usar a tecnologia para integrar ainda mais os passageiros, antecipando check-ins e evitando filas. É o digital no topo da prioridade do grupo. 

Na prática, a tecnologia deixa de ser uma área que dá suporte aos outros setores e passa a ser uma divisão que lidera as inovações em todas as frentes da CCR. E os investimentos de 500 milhões de reais são só para 2024. O objetivo é seguir colocando dinheiro na divisão nos próximos anos. 

Processo de reorganização da CCR

A nova diretoria faz parte do processo de reorganização completa do Grupo CCR, que vem sendo realizado sob a liderança do seu corpo executivo.

“Com a entrada do nosso atual CEO Miguel Setas em abril de 2023, começamos a ter uma revisão do planejamento estratégico da CCR”, diz Cristiane. “Isso levou ao desenho de uma nova diretoria e cultura, que prioriza ainda mais a segurança, mas também a inovação”. 

Essa reformulação e o investimento relevante em tecnologia são partes cruciais para atingir as metas de eficiência operacional do Grupo CCR, que incluem reduzir a relação de despesas de caixa e receita líquida para 38% até 2026 e 35% até 2035.

 Quais são os resultados ao apostar em tecnologia

Apesar da diretoria nascer agora, a empresa já estava trabalhando, desde o ano passado, numa nova priorização, focando em tecnologia. 

Em 2023, no negócio de mobilidade urbana, por exemplo, 2,4 bilhões de reais de receita foram gerenciados por meio de bilhetagem automatizada. No Metrô Bahia, um dos ativos da CCR, 90% das vendas de bilhetes no ano foram realizadas em canais digitais ou ATMs. Inteligência Artificial também tem sido usada para realizar o processo de manutenção preventiva nas linhas de metrô, bem como nas câmeras de monitoramento das rodovias.

Já no negócio de rodovias, em 2023, mais de 550 milhões de transações de pedágio foram realizadas eletronicamente nas estradas administradas pela empresa, por meio de TAGs eletrônicas e pela utilização de cartões de crédito ou débito automático. Robôs espalhados pelas estradas também ajudam a sinalizar possíveis acidentes, evitando riscos de atropelamentos. E drones lavam as superfícies daas vias. 

Nos aeroportos, tótens foram espalhados pelo saguão para que clientes tirem dúvidas virtualmente -- e muito mais rápido. 

“A nova diretoria abre novos caminhos para nós. Esse primeiro passo foi importantíssimo”, diz a diretora. “Vamos olhar mais para os dados, para conexão dos carros e das pessoas, vamos facilitar a vida dos nossos clientes”. 

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