Lucas Infante, Guido Bruzadin, Fernando dos Reis e Murilo Ambrogi, da Food To Save: startup cresceu 1000% num ano (Jefferson de Souza / Food To Save/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 26 de abril de 2024 às 11h08.
Última atualização em 26 de abril de 2024 às 11h35.
Quem trabalha com alimentação sabe. Por maior que seja a quantidade de cálculos, conhecimento de mercado e análise de dados, pode haver dias em que se produz mais do que vende. É quando sobra aquele salgado ou bolo na padaria, por exemplo. O mesmo acontece no supermercado, quando um produto chega perto da data de validade.
Para não jogar esses alimentos fora e evitar o desperdício, algumas iniciativas começaram a ser adotadas nos últimos anos. Há supermercados que fazem uma prateleira especial com produtos próximos à data de vencimento. Há também padarias e restaurantes que vendem os alimentos no final do dia por um preço mais em conta.
A startup paulista Food To Save quer ajudar as empresas a não desperdiçar alimentos. E ao mesmo tempo, fazer o consumidor comer num preço camarada.
Prestes a completar três anos, a startup tem uma plataforma, semelhante a um marketplace de comida, como o iFood, que vende produtos próximos da data de vencimento ou que não foram comercializados no restaurante no dia.
Com essa tecnologia, a empresa faturou 30 milhões de reais em 2023, um crescimento de 1000% em relação a 2022 . E o plano não é parar por aí — muito pelo contrário. A meta é mais do que dobrar de tamanho em 2024, atingindo 72 milhões de reais em receita.
Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME EmpreendaNos primeiros passos, a operação da Food To Save é semelhante a de qualquer outro delivery. O cliente entra no aplicativo e escolhe o estabelecimento em que quer comprar a comida.
O pulo do gato vem agora. Na hora de comprar, o cliente não consegue escolher exatamente o alimento que vai comer. Ele compra uma Sacola Surpresa, como a Food To Save chama o seu produto.
Ali, ele pode escolher se quer comer algo salgado, doce ou misto, mas não o que virá na sacola. Isso porque o estabelecimento vai separar aquelas coisas que não foram vendidas no dia -- ou que estão próximas ao vencimento.
A vantagem? O preço pago pela sacola. O desconto em relação aos preços originais do produto é, em sua grande maioria, de 70%.
“Somos um aplicativo contra desperdício de alimento”, diz Lucas Infante, CEO e cofundador da Food To Save. “Nosso objetivo é conectar estabelecimentos do ramo alimentício, restaurantes, tudo que possui excedentes de produção”.
Em 2023, a startup teve um salto de faturamento impressionante. Cresceu cerca de 10 vezes, passando de 3 para 30 milhões de reais em faturamento.
O movimento foi acompanhado por uma expansão de cidades em que está presente. Hoje, são cerca de 50 municípios e sete capitais. Já há cerca de 6.000 estabelecimentos participantes e mais de 4 milhões de usuários.
Mas o salto mesmo foi a parceria que a empresa fez com diversos nomes fortes da indústria, o que permitiu uma expansão acelerada. Na lista de parceiras com produtos sendo vendidos por ali estão Cacau Show, Havanna, The Coffee, Zé Delivery e Grupo Trigo, dono da Spoleto e da China in Box. Há também uma gama bem farta de supermercados, nacionais e regionais.
“Também temos um engajamento muito forte nas redes sociais, como TikTok e Instagram”, diz Infante. “Quando entramos numa praça, nos primeiros 30 dias já temos resultados incríveis”.
Além de jovens que querem entrar na moda, há também clientes que buscam pelos descontos como uma forma de economizar.
Somente no ano passado, a Food To Save ajudou a salvar mais de 2.000 toneladas de alimentos e expandiu sua atuação para Belo Horizonte como parte do objetivo de ampliar o movimento para o sudeste do país.
“O ano de 2023 foi muito positivo para nós, pois apresentamos um crescimento exponencial mês a mês, com novos sócios-investidores e lojas cadastradas”.
O crescimento pelo qual a empresa vem passando a transforma num negócio em expansão. A evolução, inclusive, foi certificada pela EXAME no ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior anuário do empreendedorismo brasileiro.
Em 2023, a Food To Save entrou no ranking na categoria Novatas. Ela ficou em segundo lugar na categoria, com um crescimento de 2.276% em relação a 2021. Em 2022, faturou 3 milhões de reais. Em 2021, foram 128.000 reais.
As inscrições para a edição 2024 estão abertas. O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país.
Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.