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Como começaram essas 8 grandes empresas (Facebook, Uber e Airbnb inclusas)

Conheça a história de 8 empresas famosas que nasceram como startups e se tornaram gigantes.

 (Gabrielle Lurie/Reuters)

(Gabrielle Lurie/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 31 de março de 2018 às 08h00.

Última atualização em 31 de março de 2018 às 08h00.

O MVP – Minimum Viable Product (em português, Produto Mínimo Viável) – é uma forma de prototipar ideias que serviu como pilar inicial de muitas startups que hoje são gigantes da tecnologia.

Conceito introduzido pelo americano Eric Ries, em seu famoso livro que descreve processos eficientes para criar empresas, Lean Startup, o MVP previne investimentos altos (e precipitados) porque testa, com as funcionalidades mínimas, a aceitação dos usuários sobre o serviço ou produto.

Conheça a história de 8 empresas famosas que apostaram no Minimum Viable Product.

#1 Facebook

O Facebook começou com base em um site chamado Facemash. Criado por Mark Zuckerberg e três colegas seus de Harvard, onde estudava, tinha o conceito básico de classificar a aparência de outros alunos. Por utilizar fotos tiradas ilegalmente do sistema da universidade, o Facemash foi encerrado dias após seu lançamento.

Inspirado pela ideia inicial do Facemash, o Facebook foi criado em 2004. Na época, se chamava Thefacebook e não tinha tantos recursos como atualmente – servia apenas como um anuário direcionado aos alunos de Harvard. Seu MVP combinava a utilização de um modelo básico do produto, com as mínimas funcionalidades, e os testes com um pequeno grupo de usuários iniciais para obter feedbacks.

Logo no início, o sucesso foi tanto que a plataforma se expandiu para outras três universidades americanas: Stanford, Columbia e Yale. Dois anos depois, em 2006, o Facebook oficialmente abriu (para todos que fossem maiores de 13 anos e tivessem um e-mail válido).

#2 Dropbox

A história do MVP do Dropbox é tão ilustre que Eric dedicou um capítulo de Lean Startup à ela. Para descobrir se as pessoas usariam e pagariam pelo serviço, o fundador (e atual CEO) do Dropbox, Drew Houston, criou um vídeo que mostrava exatamente a proposta.

A ideia do Dropbox surgiu porque Drew notou que, apesar da grande oferta de serviços de armazenamento de documentos na “nuvem”, muitos tinham problemas que diminuiam a usabilidade. Por isso, ele queria criar um serviço similar, mas simples de usar, e que não tivesse todos os bugs dos outros, além de armazenar os arquivos com segurança.

O time de criação sabia que tinha em mãos uma plataforma inovadora, mas via que os investidores e os outros para quem perguntavam não conseguiam visualizar o serviço e entender seu apelo frente aos concorrentes. “Os criadores acreditavam – corretamente, como se viu – que a sincronização de arquivos era um problema que a maioria das pessoas não sabia que tinha”, explica Eric.

Então, a solução encontrada foi fazer um vídeo – casual e narrado pelo próprio Drew – para demonstrar exatamente como o Dropbox funcionaria. E deu certo, porque, segundo Eric “depois de experimentar a solução, você não consegue imaginar como viveu sem ela”.

Depois do vídeo, do dia para a noite, o número de interessados – que se inscreveram para atestar sua curiosidade – cresceu de 5.000 para 75.000. O MVP validou a suposição de Drew, que acreditava existir mercado para o Dropbox, antes de qualquer investimento na infraestrutura e desenvolvimento da plataforma.

#3 Airbnb

O MVP do Airbnb foi feito pelo modo chamado “Concierge” – basicamente, quando a solução ao problema do usuário é entregue manualmente.

Os fundadores do Airbnb, Brian Chesky e Joe Gebbia sabiam que queriam começar um novo negócio, mas estavam sem dinheiro – inclusive para o aluguel do apartamento que dividiam – e sem ideias.

Quando uma conferência sobre design veio à São Francisco, onde moravam, viram uma oportunidade: abriram seu apartamento para os participantes do evento que não conseguissem reservar hotel. O anúncio foi feito em um site simples, mas eles logo conseguiram três hóspedes.

Com a validação de que as pessoas pagariam por este tipo de experiência – de ficar na casa de outros, em vez de hotéis – a dupla lançou o Airbnb (antes chamado de AirbedAndBreakfast).

#4 Uber

A companhia global de transporte Uber começou como UberCab, em 2009. Inicialmente, o serviço do aplicativo era destinado a um viajante específico de cada vez e funcionava apenas em IOS (sistema operacional da Apple). Além disso, só era disponibilizado para um grupo pequeno em São Francisco.

O UberCab simplesmente conectava o passageiro a um taxista de carros de luxo. A novidade que trazia é que proporcionava a possibilidade de pagamento em cartão de crédito.

Quando perceberam o potencial do aplicativo, lançaram em outras megacidades, como Nova York, Seattle, Boston e Chicago. Em julho de 2012, a empresa introduziu o uberX, que permite a qualquer um dirigir pela Uber usando seu próprio carro – contanto que passe pela verificação de antecedentes e requisitos do veículo. Esta adição ao sistema revolucionou o mercado de transportes nas grandes cidades.

Atualmente, o Uber funciona com a mesma premissa do seu MVP, mas de forma mais sofisticada e com adição de outros serviços, que aumentam a possibilidade de uso do aplicativo.

#5 Twitter

O Twitter foi criado por uma equipe que trabalhava na plataforma de podcasts Odeo. Quando a Apple virou uma concorrente por lançar podcasts no ITunes, a companhia decidiu tentar outro modelo de plataforma.

No início, o chamado Twttr era um sistema em que o usuário mandava uma mensagem para um número de celular e ela era transmitida para todos os amigos.

Utilizado como um serviço interno da equipe, o MVP do Twttr era um sistema simples que baseava o login no número do celular que seria utilizado para digitar as mensagens (SMS) a serem disparadas.

A equipe se tornou tão obcecada com o Twttr, que começou a gastar centenas de dólares em SMS. Foi aí que perceberam seu potencial como uma ferramenta de comunicação capaz de conquistar muitos usuários.

Pelo nível maior de sofisticação do site inicial, o MVP do Twitter provavelmente não foi dos mais baratos. No entanto, diminuiu as chances de um investimento muito maior dar errado.

#6 Groupon

O Groupon começou a partir de um site chamado The Point. Criado por Andrew Mason, The Point tinha como missão juntar pessoas para realizar o que não conseguiriam sozinhas. Porém, a ideia não estava atraindo muitos usuários. Então, usando o mesmo domínio, Andrew lançou The Daily Groupon, em que postava manualmente descontos.

Quando alguém se inscrevia em uma determinada oferta, a equipe gerava um documento PDF e enviava por e-mail. Este é um exemplo de prototipagem MVP “Mágico de Oz”. Ela difere do “Concierge” porque enquanto ele serve para gerar ideias, o Mágico de Oz testa hipóteses de soluções específicas, sem que o cliente final saiba como elas foram dadas.

Mesmo simples – um site básico e o envio de e-mails com os PDFs customizados – o MVP do Groupon serviu bem para que seus fundadores testassem se havia mercado para o serviço que ofereciam.

#7 Spotify

A plataforma foi lançada em 2009 com uma única landing page focada apenas no streaming de música, sua função principal. Com os aplicativos beta de desktop, os criadores puderam testar o mercado, antes de lidar com preocupações maiores, como o licenciamento de músicas, que certamente custaria bastante tempo e dinheiro.

Segundo Henrik Kniberg, que é consultor do método Agile & Lean – que determina técnicas de criação e desenvolvimento de empresas – o Spotify utilizou um ciclo de produção de quatro passos: Think It, Build It, Ship It, Tweak It (de maneira aproximada, Pensar, Construir, Mandar e Transformar, em português).

Deu tão certo, que o processo de quatro etapas é utilizado até hoje para qualquer nova funcionalidade do Spotify. Basicamente, a fase Think It testa a eficiência de MVPs conceituais e a Build It cria MVPs físicos. Ship It e Tweak It lançam, gradualmente, o MVP, ajustando de acordo com o feedback dos usuários.

#8 Zynga

A criadora de jogos Zynga se tornou conhecida pelo Farmville, que superou 1 bilhão de dólares em rendimento na época de seu auge, em 2013. Seu jogo mais popular foi lançado, a princípio, como um MVP.

Para conseguir entrar no Facebook, onde seria disponibilizado, o mais rápido possível – e custando o mínimo possível -, a Zynga criou um jogo básico, com apenas alguns recursos. A primeira versão, como MVP, tinha muitas funções automatizadas, mas já apostava em sugerir missões de interação com amigos – prática que visava divulgar o jogo na rede social.

A equipe adicionava recursos ao Farmville constantemente para manter os jogadores interessados e atrair novos. Segundo um dos criadores, em quatro dias, o jogo alcançou 1 milhão de usuários diários.

Texto originalmente publicado pelo Na Prática

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