Cerveja Itaipava, da Petrópolis: cervejas premium e expansão no nordeste estão no radar (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 05h12.
São Paulo – A Petrópolis encerrou o ano de 2011 com uma participação de mercado de 10,5%, segundo a coluna Primeiro Lugar, de EXAME . Se o número ainda a deixa bem afastada da líder, a Ambev, ela superou a Schincariol, que ocupava, até então, a vice-liderança. Essa foi a segunda vez que a Petrópolis ultrapassou a Schin em toda sua história - a primeira havia ocorrido em setembro. Mas o resultado no final de ano deixa a expectativa: Será que a Petrópolis vai conseguir seguir à frente da Schin em 2012?
Sabemos que não será fácil manter a Petrópolis à frente em todas as pesquisas, mas nossa meta é consolidar a vice-liderança no mercado nacional de cervejas”, disse Douglas Costa, head de marketing e relações com o mercado do Grupo Petrópolis. A empresa acredita que sua marca, o portfólio de produtos e sua capacidade de distribuição podem sustentar a segunda posição.
A projeção que o Grupo Petrópolis faz para o verão é que haja um crescimento de 15% nas vendas das cervejas da empresa, com atenção para as marcas premium Petra, Black Princess e Weltenburger, as premium.
Especiais
As cervejas especiais são a principal aposta da Petrópolis para os próximos anos. “No total, as marcas premium representam apenas 5% do mercado de cervejas no Brasil. Esse número costuma ser bem superior em países desenvolvidos”, disse Costa. A Ambev também já anunciou que pretende crescer nesse segmento.
“O premium é o que mais cresce em cerveja”, disse Adalberto Viviani, diretor da consultoria Conceptnet, especializada em bebidas. As classes A e B buscam exclusividade, se com o crescimento de renda a classe C passou a beber a cerveja que até então era consumida pelas classes mais altas, agora elas buscam um produto diferenciado, segundo o consultor.
“O Grupo Petrópolis chegou à vice-liderança do setor cervejeiro sem ter ainda uma presença nacional”, disse Costa. Por isso a expansão para as demais regiões do Brasil é fundamental, segundo Costa. A empresa acredita que agora está madura para entrar em outras regiões – e planeja expandir para o Nordeste em no máximo dois anos e pode até abrir uma fábrica na região.
Itaipava
“A Petrópolis tem portfólio e sabe posicioná-lo”, disse Adalberto Viviani. A Petrópolis beneficia-se do bom posicionamento da marca Itaipava e da capacidade de distribuição do grupo, segundo o consultor. Um portfólio amplo auxilia na distribuição. O faturamento do Grupo Petrópolis cresceu 13% em 2011, chegando a aproximadamente 3 bilhões de reais, segundo a empresa.
Enquanto isso, em 2011, a Schin viveu uma mudança de comando, quando seu controle passou para a japonesa Kirin e também enfrentou alguns percalços na campanha de marketing da Devassa. Para Júlio Moreira, professor de marketing da ESPM, a campanha com a cantora Sandy no carnaval passado gerou mais publicidade para a artista do que para a própria cerveja, e apesar de ter chamado a atenção, não se converteu em vendas.
Para o consultor, a Schin não consegue posicionar corretamente as marcas. “Pela posição que a Nova Schin tinha, ela deveria estar em situação melhor. A própria Devassa deveria ter encontrado uma fatia melhor de mercado”, disse.
Depois de passar a Schincariol em participação de mercado, restam outros desafios para a Petrópolis. Para Adalberto Viviani, os principais pontos são fazer a gestão correta do mix de produtos, tornar a marca conhecida – e distribuída – nacionalmente e consolidar a Itaipava como um produto de qualidade. Para Júlio Moreira, é a hora de pulverizar os pontos de venda – e atacar bares e restaurantes, até porque as margens no varejo costumam ser mais apertadas. Ninguém gosta de cerveja quente – mas a briga entre a Schincariol e a Petrópolis só tende a esquentar este ano.