(Maple Bear/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 18 de julho de 2018 às 08h00.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 18h24.
São Paulo - Desde que a Maple Bear chegou ao Brasil em 2006, ela cresceu de forma constante. Com apenas 9 alunos em sua primeira unidade, hoje ela atende cerca de 20 mil estudantes.
A operação brasileira da escola bilíngue canadense funciona por meio de franquias. Inicialmente, ela atuava apenas com o ensino infantil e foi, aos poucos, incorporando o ensino fundamental, à medida que o interesse dos pais e franqueados crescia. 2018 é o primeiro ano em que oferece o ensino médio.
Dez anos depois de chegar ao Brasil, a rede alcançou 88 unidades, 13,5 mil alunos e faturamento de 23,67 milhões de reais. No entanto, há dois anos ela estava pronta para expandir de forma mais acelerada.
Ao mesmo tempo, o grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro) buscava novos investimentos na educação básica. O empresário Chaim Zaher, dono do grupo, vendeu sua participação na Estácio para a rival Kroton, por 430 milhões de reais em agosto do ano passado. Assim, o grupo deixava de vez o mercado do ensino superior. Um dos novos focos da SEB é a educação básica de elite. Uma de suas apostas é a Concept, escola tecnológica de olho no Vale do Silício.
Outra aposta é a própria Maple Bear. Em fevereiro do ano passado, o grupo comprou 95% da operação brasileira e tem direito a explorar a marca no país e na América Latina por 100 anos. A rede canadense já havia recebido propostas de aquisição, vindas de fundos de investimentos, diz Arno Krug diretor geral da empresa no Brasil. “Mas essas propostas não nos interessavam, porque queríamos um parceiro de educação”, afirma.
A aquisição deu um novo gás para a expansão da Maple Bear. Como no Canadá a maior parte das escolas é pública e a construção das unidades fica a cargo do Estado, a empresa canadense não tinha tanta experiência para atuar em um mercado competitivo como o brasileiro.
Segundo o diretor, “o foco da Maple Bear é acadêmico, na qualidade do ensino, não é uma empresa de expansão”, justamente um dos pontos fortes do grupo SEB. Com cerca de 110 escolas, construção é uma constante na vida do grupo comprador.
Sua experiência ajuda a rede a construir escolas de forma mais eficiente, rápida e barata. Ela também tem acesso ao sistema de compras do grupo SEB, que, pelo seu tamanho, consegue descontos em carteiras, materiais escolares, equipamentos, divulgação e marketing, entre outros.
Outra ajuda é com a burocracia, diz o diretor. O grupo SEB conhece melhor as legislações municipais, como o zoneamento, regras de segurança ou padrões que determinam tamanho mínimo de quadra esportiva, laboratórios de ciência ou número de banheiros por aluno, por exemplo.
Antes da aquisição, a canadense levava 3,5 anos para construir uma escola. Agora, a última foi inaugurada depois de apenas 14 meses de construção. “Hoje os projetos são mais inteligentes e otimizados”, afirma Krug.
A Maple Bear também conta com o apoio jurídico e fiscal do grupo. O time de suporte a franquias aumentou de 12 pessoas para 31. Além disso, teve acesso a um fundo de investimento do Credit Suisse, de 60 milhões de reais.
A média de abertura de novas unidades era de 10 por ano. Agora, das 88 escolas antes da aquisição, já são 103 e 35 estão em fase de implantação. A meta é chegar, até 2020, 300 unidades, a maior operação da Maple Bear no mundo.
Além da operação Brasileira, o grupo também tem direito a explorar a marca em outros países da América do Sul. Nos últimos meses, o diretor entrou em contato com possíveis franqueados interessados e reuniu-se com embaixadas canadenses em diversos países, como Uruguai, Paraguai, Argentina e Peru.
“Nesses países, a educação é muito local e não há grandes grupos. Por isso, acreditamos que temos chance de expansão”, afirmou Krug.
Enquanto o grupo SEB foca na expansão física, a Maple Bear continuará focada em garantir a adequação do ensino ao método canadense.
Todos os professores recebem um treinamento duas vezes por ano. Cerca de 70 educadores canadenses do grupo vêm ao Brasil anualmente, para verificar se o método de ensino, material didático e ambientação da sala de aula estão de acordo com o padrão internacional da rede.
Os melhores franqueados também são convidados a viajarem ao Canadá e têm ajuda no mestrado na universidade canadense de Winnipeg.
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