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Como a HP vai se reestruturar no Brasil, em 5 passos

Ao fundir as divisões de sistemas pessoais e impressão, empresa planeja eliminar sobreposição de processos e crescer mais

Claudio Raupp da HP: simplificação de operações na operação brasileira (Divulgação)

Claudio Raupp da HP: simplificação de operações na operação brasileira (Divulgação)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 14h44.

São Paulo - De calculadoras a sistemas em nuvem, as inovações feitas pela HP em mais de 70 anos de atuação a levaram ao patamar de líder em diversos segmentos, além de uma das que mais contribuiu para o avanço da tecnologia no planeta. Entretanto, hoje, quando o assunto ganha uma importância avassaladora na vida das pessoas, e a concorrência no setor se acirra cada vez mais, a companhia está tendo de inovar a própria maneira de gerir seu negócio.

As recorrentes quedas de resultados da companhia no último ano mostram isso. No último trimestre, de fevereiro a abril, a HP teve um lucro líquido de 1,59 bilhão de dólares, 31% menos que o igual período do ano anterior. A receita líquida ficou em 30,7 bilhões de dólares, uma queda de 3% em doze meses, e a margem operacional também caiu de 9,4% para 7,2%.

O jeito foi a presidente mundial da companhia, Meg Whitman, anunciar em maio um plano de corte de custos ferrenho com a demissão de 27.000 das 350.000 pessoas que a HP emprega no mundo até 2014. E os primeiros passos para a reestruturação da companhia no Brasil e no mundo já foram dados a partir de abril.

Duas divisões da empresa, a de sistemas pessoais e a de impressão, foram integradas para dar lugar à área de Printing and Personal Systems, uma área que no mundo conta com 36.000 funcionários. No Brasil, ela é comandada por Claudio Raupp Fonseca, vice-presidente da área. Ele detalhou à EXAME.com com exclusividade quais são os planos da empresa, baseados em cinco passos principais:

Simplificação de processos

Unir as duas divisões trouxe, de cara, o enxugamento de funções e processos quase que pela metade. Antes cada uma delas tinha uma área de marketing, de controle, de finanças, de logística e por ai vai. “Nossa ideia é agora usar melhor as competências e simplificar muito dos processos que a estrutura de antes nos exigia”, disse Raupp.

Como consequência, cortes de gente e de custos estão previstos com essa união. “Ainda não sabemos quantas pessoas serão desligadas, mas muitas estão sendo realocadas”, afirmou ele.

Ofertas combinadas

A integração ainda faz com que a HP passe a oferecer produtos combinados das duas áreas – antes vendidos e entregados separadamente. Não havia, por exemplo, descontos para compras conjuntas de notebooks e impressoras, coisa que agora vai começar a ser feita.


Integração de canais

Por terem de fazer dois pedidos de compras, um para impressoras e outro para desktops, os canais de vendas da companhia – entre distribuidores, consultorias, varejistas e revendas – se perdiam em meio a duplicação de processos e muitos optavam apenas por comprar coisas de uma divisão ou outra.

Sem a duplicação de processos, a ideia da HP agora é fazer com que os canais passem a trabalhar com todos os produtos.

Menos custo de logística

Os notebooks e desktops da marca, fabricados em Jundiaí, e as impressoras, produzidas em Sorocaba, iam antes para o centro de distribuição da empresa e de lá seguiam para entregas separadas. “Um grande varejista, por exemplo, tinha de emitir dois pedidos de compras e se programar para a entrega feita por dois caminhões diferentes, mesmo sendo da mesma fabricante”, conta Raupp.

Esse processo todo, além de desgastar os clientes, era mais custoso, demorado e burocrático. A nova maneira fará com que a empresa melhore tudo isso para leveza do seu bolso e praticidade aos clientes.

Mídia concentrada

De um lado, o marketing de impressoras, do outro, o de sistemas pessoais. Dois budgets distintos, planos de mídia diferentes, equipe própria. A união das divisões também gerou a união das duas áreas para eu todos os esforços sejam concentrados para o mesmo lado.

“Além de reduzir muito custos, vamos poder fazer eventos maiores, investimentos maiores nessa parte e, assim, ter ações mais certeiras”, disse o vice-presidente.

Tudo isso não poderia ter sido feito antes? “Poderia, mas a HP entendeu que esse era o momento adequado para essas modificações, para continuar a crescer”, afirma Cláudio. 

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