Bruno Brandão, do Twitter Brasil: "A publicidade não está mais sozinha em seu papel de ditar o que a população irá consumir: ao contrário, o consumidor está influenciando os próximos passos do marketing das empresas" (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2022 às 13h39.
Última atualização em 8 de outubro de 2022 às 13h40.
O papel da Geração Z nas plataformas digitais é tema de muito interesse de marcas e estudiosos, loucos para entender a maneira como o mundo está se transformando por meio desses jovens.
Essa faixa etária impacta o setor não só como consumidora, mas também como criadora de conteúdo extremamente criativa, tanto diretamente, via influenciadores, quanto indiretamente, pelo impacto orgânico e influência que essas pessoas têm em seus seguidores.
Dados recentes levantados por nós no Twitter aqui no Brasil revelam que mais da metade dos Tweets feitos no ano de 2022 foram publicados por pessoas pertencentes à Geração Z, que possui participação massiva no engajamento e nas conversas de todos os dias na nossa timeline.
Além de consumirem muito conteúdo, a maneira como essa ação é feita é uma das coisas mais interessantes para falarmos: não temos mais aquela antiga e hierarquizada troca e relação entre produtor e consumidor.
Agora é o público que cria conversas e temáticas que serão utilizadas em campanhas, conteúdos e até mesmo no produto final das marcas. São eles que mostram o que é falado no Twitter, em toda a internet e nas ruas.
Com o papel transformador que essa audiência abraçou, é natural que as marcas encontrem dificuldades ao tentar falar e vender para a Geração Z. Como ter apelo junto a um público que nos ensina diariamente sobre marketing pessoal? Talvez esse seja um dos grandes desafios dos profissionais hoje em dia.
A publicidade não está mais sozinha em seu papel de ditar o que a população irá consumir: ao contrário, o consumidor está influenciando os próximos passos do marketing das empresas. Isso é feito majoritariamente por conversas nas plataformas digitais, em especial através de Tweets, que permitem um diálogo direto entre marca e audiência.
A maneira como essa faixa etária se comunica e o que viraliza organicamente nas plataformas servem de inspiração para campanhas e estratégias.
Mas vamos falar do Twitter: para entender como inserir a própria marca em meio a essa conversa, é interessante observarmos a maneira como esses jovens interagem e conversam diariamente na nossa timeline. De acordo com os dados coletados por nós, as seis maiores comunidades de Geração Z no Twitter no Brasil são os ativistas sociais, os nerds/geeks, fãs de futebol, fãs de Kpop, pessoas que acompanham astrologia e as que comentam e-sports.
O primeiro lugar não é surpresa: boa parte das empresas já entenderam a importância de se posicionar em uma sociedade comprometida em criar uma realidade mais justa socialmente.
Algumas marcas ainda têm dificuldade em estabelecer um diálogo sobre esses temas com a Geração Z, e muitas vezes se prejudicam por isso. Mas o cardápio está aí. A diversidade dos temas preferidos é igualmente proporcional à diversidade que este grupo nos apresenta.
É justamente pelo caráter de emissor e não mais apenas receptor dessa audiência que a honestidade e transparência no posicionamento de marcas é tão importante. Campanhas engajadas socialmente que não reflitam os valores reais da companhia são facilmente identificadas e criticadas por uma audiência que sabe do que está falando e não pode ser enganada.
Se antes era fácil enganar, agora não é mais.
A ideia, então, é que o marketing e a publicidade não existam mais apenas como uma ferramenta para convencer o público a comprar algo. A honestidade com a audiência é agora uma questão fundamental e o melhor caminho para trilhar uma conexão real com consumidores que tanto influenciam.
A comunicação deve ser feita pensando nas pessoas, trazendo verdade e entendendo a complexidade e revolução que este grupo nos apresenta.
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