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Como a Frubana quer se tornar a “shopper” dos restaurantes

E-commerce que funciona como um atacarejo virtual para restaurantes já tem 45 mil estabelecimentos cadastrados e quer chegar a 400 mil em três anos

Hortifrutis crescem com apelo saudável e lojas de bairro (Jair Magri/Divulgação)

Hortifrutis crescem com apelo saudável e lojas de bairro (Jair Magri/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 7 de maio de 2022 às 11h00.

Última atualização em 9 de maio de 2022 às 14h49.

Selecionar produtos on-line e recebê-los em uma única remessa, e no dia seguinte. Se para os consumidores pessoa física esse não parece um horizonte tão distante (com serviços como o da Shopper), para os restaurantes ainda se trata de um caminho inicial. É de olho no crescimento dele que a Frubana, e-commerce de produtos para esses estabelecimentos, se apoia para crescer no Brasil. Atualmente, a companhia atende cerca de 45 mil restaurantes (eram 3 mil no ano passado), número que deve aumentar para 400 mil nos próximos três anos, na América Latina. 

No ano passado, a empresa passou por duas rodadas de captação: uma série B, que contou com a participação de fundos como Softbank e Tiger Global, na qual levantou US$ 65 milhões. E outra, série C, na qual captaram US$ 100 milhões. A maior parte do dinheiro foi usada para investir em pessoas e na expansão da companhia no país.

Fundada em 2018, a empresa está presente no México e Colômbia e desembarcou no Brasil em 2020. Além do prazo, a companhia oferece como atrativo o preço: de 15% a 20% menor do que o dos supermercados tradicionais. A eficiência é conquistada, segundo a empresa, por comprar direto da fonte – tanto no caso da indústria quanto do hortifruti – e eliminar intermediários de venda no meio do processo.

Um ponto importante é que a Frubana não funciona como um marketplace de produtos, mas de fato mantém estoque próprio para garantir a vazão dos produtos. Para administrar a ruptura, a empresa trabalha com um algoritmo de previsão de demanda e, hoje, menos de 1% do que é comprado deixa de ser vendido. 

“Uma das coisas que com o tempo vai avançando é a previsão de demanda. Não é nada fácil garantir que vai receber os 800 SKUs que tem em São Paulo e que vai receber no padrão e no horário, existe uma parte super importante de desenvolver fornecedor e que com o tempo vai melhorando”, diz Breno Lopes, country manager da Frubana Brasil.

Logística 100% dentro de casa

Para atender aos prazos de entrega, o algoritmo também estabelece rotas para as entregas dos pedidos de forma otimizada. A frota não é própria, mas a companhia opera com transportadoras parceiras e tem até mesmo um app para o motorista independente conseguir realizar entregas. Hoje, 96% do que é vendido é entregue dentro do horário. E o valor pago pelo frete é baixo, em torno de cinco reais. 

A companhia não abre dados de faturamento, mas o modelo de negócio é razoavelmente simples: compra dos distribuidores, aplica a margem e forma o preço final. A única variação aberta é de que a receita cresceu 20 vezes do último ano para cá, ao ponto de estar próxima dos 20 maiores atacados do país em receita anual. O tíquete médio é de US$ 400. Para os restaurantes é interessante pela comodidade e, para os fornecedores,  Antonio Capezzuto, diretor de expansão da Frubana Brasil, afirma que a exposição de marca a restaurantes pequenos e médios também se torna atrativa. “O custo de aquisição para os fornecedores é muito mais baixo do que colocar uma força de vendas local”, diz.

Atualmente, a empresa atende a cidade de São Paulo inteira, além do ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema), Osasco, Barueri e Guarulhos. Fora da capital paulista, Campinas, Belo Horizonte e Curitiba também já têm atuação da companhia. Como os produtos são muito perecíveis, há a dependência de estoques próximos às regiões de entrega. Ao contrário dos galpões tradicionais de e-commerce, os deles têm mais docas e portões para ajustar a vazão. 

Questionados a respeito de lojas físicas, os executivos afirmam que testes já foram feitos com pequenos estabelecimentos, mas que “não é um movimento prioritário” para a empresa, que seguirá investindo no modelo digital. 

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