Agência
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 15h36.
O comércio de serviços da China alcançou um marco significativo em 2024, ultrapassando pela primeira vez a marca de US$ 1 trilhão, conforme dados divulgados pelo Ministério do Comércio. O valor total das importações e exportações do setor atingiu RMB 7,5 trilhões (aproximadamente US$ 1 trilhão), representando um crescimento de 14,4% em relação ao ano anterior. As exportações de serviços avançaram 18,2%, enquanto as importações aumentaram 11,8%, consolidando a expansão do setor.
De acordo com Li Jun, diretor do Instituto de Comércio de Serviços do Ministério do Comércio, o crescimento do comércio de serviços foi impulsionado pela digitalização, inteligência artificial e transição verde. Esses fatores fortaleceram a competitividade internacional da China. Além disso, a flexibilização da política de isenção de visto de trânsito aumentou o fluxo de turistas estrangeiros. Destinos como a Cidade Proibida, a Grande Muralha e os Guerreiros de Terracota ganharam popularidade, impulsionando ainda mais o turismo.
O fenômeno “China Travel”, que viralizou nas redes sociais globais, ampliou o interesse internacional pelo país, e tendências como o Citywalk – passeios urbanos por ruas e vielas históricas – também contribuíram para o aumento do turismo.
O setor de conteúdo digital também teve um desempenho notável, com destaque para as exportações culturais chinesas. O jogo “Black Myth: Wukong”, lançado em 2024, tornou-se um sucesso nas plataformas Steam e WeGame, além de receber prêmios internacionais. O setor audiovisual também registrou crescimento, com filmes e séries chinesas disponíveis em plataformas como Netflix, Disney+ e YouTube.
A literatura digital chinesa se expandiu globalmente. Segundo o Relatório de Pesquisa sobre o Desenvolvimento da Literatura Online na China 2023, mais de 620 mil obras originais chinesas já foram publicadas no exterior, alcançando 230 milhões de leitores internacionais.
Em agosto de 2024, o Gabinete do Conselho de Estado da China divulgou um plano estratégico para fortalecer o comércio de serviços no país. O plano foca em três pilares principais:
Expansão da abertura comercial: Implementação da lista negativa para o comércio transfronteiriço de serviços, permitindo maior liberdade nos negócios, exceto em setores específicos. A redução das restrições regulatórias e maior integração às normas internacionais também são metas.
Inovação e digitalização: O plano inclui incentivos à transformação digital de setores estratégicos como finanças, consultoria e certificação internacional, além de promover a integração do comércio de serviços com a indústria manufatureira.
Fortalecimento da cooperação internacional: O plano visa expandir parcerias bilaterais, multilaterais e regionais, consolidando a Feira Internacional de Comércio de Serviços da China como uma plataforma de negócios de destaque, além de criar parques de cooperação internacional para facilitar investimentos.
O fortalecimento do comércio de serviços tem implicações importantes para a abertura econômica da China, posicionando o país como um líder global em setores como turismo, tecnologia e cultura digital. O crescimento robusto do comércio de serviços, aliado a políticas de inovação e cooperação internacional, deve continuar a impulsionar a economia chinesa nos próximos anos.
Fonte: news.cn