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Com US$ 100 milhões para aportes, fundo da Vale escolhe startup americana como terceira investida

A Mantel, criada em 2022 no (MIT), está recebendo um aporte de US$ 30 milhões em rodada série A, liderada pela Shell Ventures e pela Eni Next

O Vale Ventures, CVC da Vale, foi criado no segundo semestre de 2022 e busca novas tecnologias para a mineração  (Dado Galdieri/Bloomberg /Getty Images)

O Vale Ventures, CVC da Vale, foi criado no segundo semestre de 2022 e busca novas tecnologias para a mineração (Dado Galdieri/Bloomberg /Getty Images)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 09h00.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 15h47.

Fundo de Corporate Venture Capital (CVC) da Vale criado em 2022 com um orçamento de US$ 100 milhões, o Vale Ventures fechou o seu terceiro investimento. Assim como os dois primeiros, a startup selecionada é uma americana, com sede em Boston. 

O fundo entrou na rodada série A de US$ 30 milhões da Mantel, criada em 2022 no Departamento de Engenharia Química do Massachussets Institute of Technology (MIT). A startup desenvolve um produto que captura carbono direto de fontes industriais, como usinas siderúrgicas, instalações de energia e refinarias, a baixo custo, a partir de uma tecnologia que usa borato fundido, mineral natural que é um sal oxigenado. Também conhecido como bórax, o componente tem diversas aplicações, incluindo a fundição de metais. 

O modelo da startup

“A Mantel tem um grande diferencial que é o tipo de material que usa, o borato fundido, que consegue capturar o carbono em fase líquida em altas temperaturas”, afirma Bruno Arcadier, head da Vale Ventures. “Isso faz com que ele seja muito eficiente, tecnicamente e, com isso, tenha o potencial de ter uma redução de custo de praticamente 50%, versus tecnologias convencionais que estão sendo desenvolvidas para captura de carbono, tipicamente a amina”.

O desenvolvimento bem-sucedido do produto pode abrir uma nova opção para a produção de ferro verde, hoje obtido a partir de hidrogênio ou da captura de CO2 direto das plantas. A startup está em fase pré-operacional e os novos recursos irão contribuir para a construção de uma planta industrial com capacidade de capturar 1,8 mil toneladas de gás carbônico por ano. 

“Em laboratório, eles já comprovaram que a tecnologia é capaz de capturar de carbono de 0,5 tonelada por dia”, diz Arcadier. Assim como em outros aportes, o Vale Ventures não divulga o valor investido. 

[grifar]A rodada foi liderada pela Shell Ventures, CVC da Shell, e Eni Next, CVC da petrolífera italiana Eni. Compõem o grupo de investidores ainda The Engine Ventures, New Climate Ventures, Hartree, bp Ventures, Arosa Ventures e a MCJ Collective.

Qual é a tese do Vale Ventures

O investimento na startup entra no esforço de descarbonização da cadeia de mineração, um dos quatro pilares do CVC. Os outros três estão direcionados à:

  • mineração circular, mitigando o desperdício e o impacto ambiental dos processos de mineração;
  • mineração sustentável do futuro, novas tecnologias para  a gestão de empresas do setor;
  • metais de transição energética, como o cobre e o níquel 

Na tese, o Vale Ventures tem mandato global, podendo escolher startups em qualquer país pelo mundo, e procura por startups em rodadas série para desembolsar cheques podem variar entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões. “Quando falamos de climate tech, não estamos tratando apenas de tecnologias digitais. São empresas que demandam um pouco mais de capital intensivo e que levam mais tempo até de fato poderem escalar”, diz Arcadier.  

Além da Mantel, o CVC  investiu na Boston Metal, com produtos para a descarbonização da produção de aço, e na Allonnia, de biologia sintética com foco em indústrias de óleo e gás, mineração e de plásticos. Até aqui, o fundo já comprometeu cerca de US$ 30 milhões dos US$ 100 milhões na conta. O montante contabiliza tantos os aportes diretos quanto valores destinados, no início da operação, a fundos parceiros. 

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