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Com pressão do BC, BVA pode trocar comando

O BVA entrou na mira dos investidores pelo atraso na divulgação dos balanços auditado


	Fachada do Banco Central
 (Divulgação/Banco Central)

Fachada do Banco Central (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 12h53.

São Paulo - O banco BVA, que está sob pressão por não ter apresentado nenhum balanço auditado em 2012 e não ter efetivado a capitalização de R$ 300 milhões prometida para setembro, estuda tirar da presidência executiva Ivo Lodo, que também é sócio da instituição.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o acionista majoritário do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, avalia que a divulgação dos números oficiais do ano e a capitalização seriam insuficientes para acalmar o mercado financeiro. Por isso, defende que um novo executivo assuma a instituição.

Um dos nomes cogitados é conhecido no meio empresarial, mas não tem experiência no setor financeiro, o que poderia ser insuficiente para promover o efeito desejado pelo controlador. Lodo ainda estaria resistindo à mudança desejada pelo sócio. Procurado, o banco não quis se pronunciar.

Em um ambiente marcado por desconfiança em relação aos bancos de pequeno e médio porte, o BVA entrou na mira dos investidores pelo atraso na divulgação dos balanços auditados. Assim como ocorreu com outras instituições financeiras, o BVA sofreu uma inspeção do Banco Central (BC) este ano. Após analisar os dados da instituição, a autoridade pediu cerca de R$ 150 milhões em provisões adicionais para créditos duvidosos, o que fez o BVA apurar prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões no primeiro semestre.

Como o prejuízo reduz automaticamente o patrimônio líquido, o BVA começou a trabalhar em uma capitalização. Lodo chegou a anunciar ao Estado que a instituição receberia R$ 300 milhões até o fim de setembro. Além disso, um plano de reorganização societária foi rejeitado pelo BC. O plano previa, entre outras coisas, a saída de Santos do bloco de controle.

Para piorar, duas agências de classificação de risco, a americana Moody's e a brasileira Austin Rating, reduziram a nota de crédito do BVA no fim de setembro. Pela Moody's, o BVA tem nota "E" - é um dos últimos degraus da escala da agência. Ontem, a Austin cortou a nota de três fundos de investimento em direitos creditórios (FDICs) do BVA por causa da piora da qualidade de crédito das carteiras.

As dificuldades para efetivar a capitalização levaram o BVA a pedir ajuda ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, por enquanto, o papel dos executivos do Fundo é de consultoria. Uma ajuda financeira não está nos planos, mas também não está descartada. Procurado, o FGC não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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