(Plaza Premium Lounge/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 4 de março de 2019 às 08h00.
Última atualização em 7 de março de 2019 às 12h14.
As salas VIP de aeroporto normalmente são destinadas para passageiros que voam de primeira classe, participam de algum programa de milhagem ou têm um cartão de crédito exclusivo. No entanto, uma empresa de Hong Kong e com operações no Rio de Janeiro busca mudar esse modelo e popularizar o uso das salas exclusivas de descanso.
As salas da Plaza Premium Lounge (PPL) no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, podem ser usadas por qualquer um - contanto que esteja disposto a pagar 165 reais por três horas.
A empresa, criada em Hong Kong, chegou ao Brasil em 2016, ano da Olimpíada. A entrada no mercado brasileiro se deu por convite da Changi, companhia asiática que hoje é dona de 51% da concessionária RIOgaleão, administradora e operadora do Galeão. A Changi é também operadora do Aeroporto Internacional de Singapura.
A PPL abriu três salas, uma na área pública do aeroporto, no piso 2 do Edifício Garagem do Terminal 2, e outras duas no embarque doméstico e embarque internacional, com investimento de 9 milhões de dólares.
Desde então, a empresa recebeu 290 mil clientes, com média de 400 viajantes por dia. Foram 146 mil clientes em 2018, alta de 4,4% em relação ao ano anterior. Logo no início de sua operação, a empresa surfou na onda do evento esportivo e conquistou de cara os viajantes que passavam pelo aeroporto para assistir aos jogos.
No dia seguinte ao fim da Olimpíada, os espaços no aeroporto receberam mais de mil visitantes, que estavam deixando o Rio de Janeiro. Com o fim dos jogos, no entanto, o movimento no aeroporto caiu drasticamente. O país também passava por um momento de crise econômica, o que diminuiu o fluxo de viagens.
A queda foi um desafio para a operação brasileira, que precisou enfrentar a pressão da multinacional. "Como a Plaza Premium Lounge cresce em todo o mundo, a crise para eles era algo estranho. Recebemos muitos e-mails e questionamentos", diz fonte que trabalhou na operação durante a crise. "Tivemos que fazer um trabalho com a sede da empresa, em Hong Kong, para que eles entendessem a situação de crise e mantê-los tranquilos", afirma.
Para manter a sala cheia - e as receitas chegando - a empresa encontrou novos caminhos. A maior parte dos clientes da empresa ainda chegam por meio de bancos e clubes de fidelidade, nicho habitual das salas VIP, e o número de passageiros não atrelados a nenhuma companhia aérea ou programa de benefício é pequeno.
Para conquistar novos clientes, a empresa está firmando parcerias com agências de viagem e operadoras de turismo, que oferecem o benefício ao vender pacotes de viagem. A agência mais recente a fechar uma parceria é a CVC e Booking e Expedia também fazem parte da rede de mais de 200 companhias.
“Para nós, a parceria com a CVC traz ótima visibilidade para o nosso negócio e nosso plano de crescer com agências de viagens”, diz Marcia Peixoto, gerente de vendas e marketing do PPL Brasil.
A empresa foi criada há 20 anos por Song Hoi See, no aeroporto de internacional de Hong Kong. Ex-executivo de um banco de investimento, ele perdeu o privilégio de passar por salas VIP depois de deixar o cargo e resolveu criar uma empresa que abrisse as portas para qualquer um disposto a pagar pelo uso do espaço.
O grupo conta com operações em mais de 160 unidades em 37 aeroportos. Globalmente, a empresa atua também com hotéis de trânsito, voltados para estadias curtas, serviços de alimentação como lanchonetes e restaurantes e serviço de concierge.