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Com nova sede no Brasil, Nokia se prepara para futuro das redes

A Nokia aproveitou a mudança de escritório para revitalizar a sua cultura e sua atuação no país

Nokia: em 2015, ela comprou a rival na maior transação do setor em mais de uma década (Karin Salomão)

Nokia: em 2015, ela comprou a rival na maior transação do setor em mais de uma década (Karin Salomão)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 6 de junho de 2017 às 08h00.

Última atualização em 6 de junho de 2017 às 15h50.

São Paulo - Depois de protagonizar uma das maiores fusões do setor, a Nokia se prepara para o mercado de 2020. Junto com a Alcatel-Lucent, a empresa de tecnologia está criando novos modelos de rede de telefonia e internet e usa seus escritórios como vitrine.

Em abril de 2015, a Nokia comprou a rival na maior transação do setor em mais de uma década, fechada por 15,6 bilhões de euros.

A nova empresa, resultante da fusão, fez com que Nokia seja dona de 35% do setor de wi-fi do mundo. Juntas, as duas empresas praticamente dobraram de tamanho – hoje, a Nokia tem faturamento de 26,6 bilhões de euros e mais de 101 mil funcionários.

O negócio foi aprovado pelos acionistas no começo do ano de 2016 e, a partir de então, as duas começaram a trabalhar em sua unificação. “O portfólio das duas empresas é muito complementar”, afirmou Cleri Inhauser, diretor geral da Nokia no País. “Quando fizemos a aquisição, começamos a pensar: qual o futuro das redes? Que produtos precisaremos ter?”, disse.

A empresa hoje vive praticamente da implementação de estruturas de rede de telecomunicações - telefone e internet. Globalmente, essa divisão corresponde a 91% das receitas. Nesse segmento, a América Latina ainda é um mercado pequeno para a empresa: apenas 5% do seu faturamento no 1o trimestre deste ano veio da região.

A sua divisão de aparelhos foi vendida para a Microsoft em 2014. O famoso celular modelo 3310 foi relançado este ano, mas a companhia finlandesa apenas empresa a marca: a fabricante é a empresa finaldesa HMD Global.

Integração física

No Brasil, um dos primeiros passos da integração das duas companhias foi a inauguração de seu novo escritório em São Paulo. Veja fotos do espaço abaixo. É o primeiro a integrar as duas empresas no mundo. No mês que vem, será inaugurado o espaço no Rio de Janeiro.

O local foi aberto em um prédio novo no mesmo condomínio do antigo espaço da Nokia. “Além de unir os funcionários das duas empresas para melhorar a cultura, precisávamos modernizar a infraestrutura de rede, já que já estávamos no mesmo lugar há quase 10 anos”, afirmou Inhauser.

Além do novo espaço, a empresa está modernizando a estrutura e seus negócios no país. Com o avanço das tecnologias de comunicações, a rede móvel deverá evoluir para 5G até 2020. Por isso, a Nokia já está preparando sua infraestrutura para ser capaz de lidar com essa tecnologia.

As novas estruturas instaladas já estão prontas para a rede 5G. Isso significa que, uma vez que a nova tecnologia estiver disponível, a estrutura da Nokia já irá se atualizar automaticamente.

Hoje, a companhia trabalha com as principais operadoras de telefonia do Brasil para oferecer as redes 2G, 3G e 4G. Nesse mercado, a Nokia ocupa a terceira posição.

Ela monta a infraestrutura de cabos e torres, enquanto a operadora fornece o serviço. Muitas operadoras costumam ter mais de uma parceira para a construção de redes, até por segurança caso uma delas caia.

Fibra óptica

Além disso, a companhia também está investindo em uma tecnologia mais rápida, barata e eficiente de se conectar à internet: a fibra óptica. Por isso, o seu escritório é todo conectado com essa rede: a ideia é que o escritório sirva como uma espécie de vitrine das soluções que a Nokia pode oferecer.

Ao invés de fios para a internet, wifi, telefones, televisões e até câmeras, o local é abastecido por apenas alguns cabos óticos. Cada funcionário tem até 1GB de velocidade de internet.

Enquanto no caso de cabos de metal, que são os mais comuns, é preciso ter suítes a cada 100 metros para distribuição da rede, a fibra óptica pode percorrer quilômetros sem interrupção.

As fibras passam por baixo do piso e por cima do forro, sem uma confusão de cabos aparentes.  Segundo o presidente, esse tipo de infraestrutura de rede é ideal para aeroportos ou hospitais, espaços grandes e complexos e que dependem de uma boa conexão à internet.

Não são só as mesas dos funcionários que são conectadas à rede: os sofás e áreas comuns também e os assentos têm espaço para carregar o notebook.

Espaço moderno

Além de modernizar a internet, a Nokia aproveitou a mudança de escritório para revitalizar também a sua cultura.

Assim como alguns escritórios modernos, os funcionários da Nokia não têm posição fixa para trabalhar. Os 750 funcionários, em São Paulo, podem escolher entre mais de 1.000 lugares diferentes, entre sofás, bancos, salas de reuniões e 540 mesas de trabalho.

“Ninguém, nem mesmo os diretores, têm sala fixa”, diz Inhauser. O objetivo é aumentar a interação e diminuir a distância hierárquica entre os funcionários.

Ao invés de telefone fixo, então, cada colaborador ganhou um headset, fone de ouvido com microfone, para fazer chamadas.

Sem mesa fixa, outras coisas também sumiram no escritório. O gaveteiro, normalmente cheio de blocos e papéis, foi abolido – no lugar, funcionários ganharam armários para deixar seus pertences. O papel, inclusive, desapareceu do escritório, assim como as latas de lixo individuais.

Integração

Ainda que o escritório da Nokia continue no mesmo lugar, os funcionários da Alcatel-Lucent precisaram se mudar. Para diminuir o atrito com a mudança, a empresa fez uma parceria com o aplicativo de caronas Bynd. Além de integrar pessoas de áreas diferentes, os funcionários que derem mais caronas poderão ganhar prêmios internos.

Em agosto, o escritório deverá ganhar outro espaço para integração. Haverá uma sala de descontração com jogos e café. Além disso, a Nokia abrirá um showroom para mostrar seus serviços para clientes, parceiros e startups que queiram desenvolver soluções.

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Novo escritório: Assim como alguns escritórios modernos, os funcionários da Nokia não têm posição fixa para trabalhar (Nokia/Divulgação)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Área comum: Os 750 funcionários, em São Paulo, podem escolher entre mais de 1.000 lugares diferentes, entre sofás, bancos, salas de reuniões e 540 mesas de trabalho (Nokia/Divulgação)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Nokia: o escritório em SP é o primeiro a integrar as duas companhias (Karin Salomão/Site Exame)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Internet rápida: cada funcionário tem até 1GB de velocidade de internet (Karin Salomão)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Não são só as mesas dos funcionários que são conectadas à rede: os sofás e áreas comuns também e os assentos têm espaço para carregar o notebook (Karin Salomão/Site Exame)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

As fibras óticas passam por baixo do piso e por cima do forro, sem uma confusão de cabos aparentes. No café, a mesa tem tomada (Karin Salomão/Site Exame)

Por dentro do novo escritório da Nokia em São Paulo

Fibra ótica na Nokia: Ao invés de fios para a internet, wifi, telefones, televisões e até câmeras, o local é abastecido por apenas alguns cabos óticos, que podem ser vistos em uma janela na recepção (Nokia/Divulgação)

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