Doublesoul: marca faz parcerias com influencers, como Taylor Giavasis, para vender mais (Doublesoul/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 7 de março de 2025 às 08h10.
A marca de meias americana Doublesoul começou com uma aposta simples: transformar meias em um item de moda desejado.
Mas, em vez de seguir as tendências, a marca encontrou um caminho mais rápido para o hype: fechou parcerias com criadores que já capturam a atenção da Geração Z.
A estratégia funcionou. Desde sua primeira colaboração, a Doublesoul viu a receita crescer 500% e projeta faturar US$ 7,5 milhões este ano, algo como 45 milhões de reais. No Instagram, os seguidores aumentaram 30% nos últimos três meses.
Quando lançaram a Doublesoul em 2021, os fundadores Allison Strumeyer e Ben Rosenbaum tinham um objetivo claro: criar meias estilosas sem abrir mão da qualidade. Mas só quando começaram a apostar em colaborações estratégicas o negócio deslanchou.
O primeiro grande acerto foi uma parceria com a joalheria indie Beepy Bella, que viralizou e trouxe uma nova leva de clientes para a marca.
Depois, vieram as collabs com o perfil Affirmations, conhecido por frases sarcásticas, e o músico Jeremy Zucker, que criou uma versão exclusiva das meias em azul-marinho.
O modelo se mostrou imbatível. Em vez de gastar milhões em anúncios, a Doublesoul colocou seu produto nas mãos de quem já tem a atenção do público jovem.
A lista de colaborações não parou de crescer. Entre os parceiros recentes estão a atriz Chloe Cherry, de Euphoria, e a loja hype Café Forgot. Mas o maior nome até agora é Pete Davidson. O ex-Saturday Night Live entrou para a marca como diretor criativo no fim de 2023, reforçando a estratégia de atrair ícones da cultura pop para consolidar a Doublesoul no mainstream.
A Doublesoul segue um caminho diferente da maioria das marcas de moda. "Queremos crescer de forma sustentável, sem despejar dinheiro", diz Strumeyer.
O time, que tem apenas quatro pessoas, já lançou 24 colaborações. A lógica é simples: em vez de tentar prever as próximas tendências, a marca terceiriza esse trabalho para criadores que já sabem o que viraliza.
Com Chloe Cherry, por exemplo, a conexão aconteceu antes mesmo da parceria oficial. A atriz já usava as meias da marca e virou fã antes do convite para criar sua coleção. "Eles têm as meias mais estilosas do mercado", disse Cherry.
Nas colaborações, os criadores não apenas assinam os produtos, mas também participam da direção criativa do ensaio de lançamento. Em troca, a Doublesoul exige um post conjunto no Instagram, garantindo que as coleções cheguem ao público certo.
O modelo da Doublesoul mostra que, na era da atenção disputada, parcerias bem pensadas valem mais do que anúncios pagos.
E, segundo Strumeyer, a chave para o crescimento foi perder o medo de arriscar. "Nenhuma ideia isolada vai destruir uma marca. O que nos fez crescer foi dizer ‘sim’ para oportunidades que pareciam certas."
Com um time enxuto, sem grandes investimentos em publicidade e apostando tudo em colaborações certeiras, a Doublesoul conseguiu transformar um item básico em um produto cobiçado.