Itaú: lucro líquido do banco chegou a 5,7 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano (Sérgio Moraes/Reuters)
Luísa Melo
Publicado em 6 de maio de 2015 às 10h17.
São Paulo - O Itaú espera maiores perdas com calotes neste ano devido ao enfraquecimento da economia. O banco incluiu, em seu balanço do primeiro trimestre, despesas de 5,5 bilhões de reais para compensar possíveis inadimplências, um índice de cobertura de 200%.
A quantia é 19,5% maior do que a destinada para essa mesma finalidade de outubro a dezembro e 29,7% maior quando comparada ao primeiro trimestre de 2014.
Na mesma linha, a empresa também revisou as provisões de expansão da carteira de crédito (estoque de financiamentos) para o ano. Antes, esperava-se um amento na faixa de 6% a 9% e, agora, a expectativa é de 3% a 7%.
"Quando fizemos a expectativa original, o cenário macroeconômico era razoavelmente diferente de hoje", explicou o diretor de relações com investidores da companhia, Marcelo Kopel, em conferência com jornalistas para divulgação dos resultados.
“Havia algum crescimento econômico, mesmo que baixo, e isso mudou ao longo do primeiro trimestre”, completou.
O aumento da reserva para cobertura de calotes, no entanto, está mais relacionado a empréstimos feitos a grandes empresas do que a pessoas físicas, segundo Kopel.
"Essa subida aconteceu por conta de grandes nomes", disse. De acordo com ele, o banco vem reforçando a provisão devido a atrasos que já ocorreram e a outras inadimplências que podem surgir ao longo do ano.
"Há a expectativa de alguma dificuldade e estamos sendo proativos [em comunicar esse receio ao mercado]", afirmou.
Balanço
No primeiro trimestre deste ano, a carteira de crédito total do banco teve um saldo de 578,5 milhões de reais, um crescimento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O índice total de inadimplência acima dos 90 dias caiu de 3,5% para 3,1% no primeiro trimestre ante mesmo período do ano passado. Essa foi a 11ª queda consecutiva registrada.
O lucro do banco no primeiro trimestre atingiu os 5,7 bilhões de reais, cifra 29,7% maior do que o apresentado no mesmo período do ano passado.