Coronavírus: montadoras adotam medidas de segurança para retomar operação no Brasil (Germano Lüders/Exame)
EXAME Hoje
Publicado em 22 de junho de 2020 às 06h42.
Última atualização em 22 de junho de 2020 às 06h43.
A montadora americana Ford e a japonesa Toyota retomam nesta segunda-feira, 22, a produção em suas fábricas no Brasil, paralisadas por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas, para o setor, a normalidade ainda está muito distante.
Hoje, as fábricas da Toyota em São Bernardo do Campo (que produz peças e motores), Indaiatuba (do Corolla) e Porto Feliz (também de motores), em São Paulo, retomam suas atividades. A de Sorocaba (que monta modelos como o Etios) reabre na próxima sexta-feira, 26 de junho. A operação começou a ser interrompida em 24 de março.
A Toyota tem cerca de 6.000 funcionários no Brasil. Para reabrir as fábricas, a montadora japonesa instalou câmeras que medem a temperatura corporal dos empregados, determinou o distanciamento entre os colaboradores e criou uma escala para a entrada nas unidades produtivas.
Na Ford, a retomada começa, hoje, pela fábrica de Camaçari, na Bahia (que produz o Ka, o EcoSport e motores). A unidade de Taubaté, no interior de São Paulo (de motores e componentes), volta em 1 de julho. Medidas rígidas para prevenir o contágio pela infecção respiratória covid-19 também estão sendo adotadas. Todos os funcionários que puderem, como os de áreas administrativas, continuarão trabalhando remotamente. Máscaras e óculos de segurança terão uso obrigatório, e as fábricas funcionarão em apenas um turno.
A americana GM, a alemã Volkswagen, a chinesa-brasileira Caoa Chery e a coreana Hyundai já voltaram às atividades nas últimas semanas. A japonesa Honda que tem fábricas em Sumaré e Itirapina, no interior paulista, anunciou o reinício da produção em 13 de julho.
Se a fabricação de automóveis tenta se restabelecer, o comportamento da demanda ainda é uma incógnita. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que as vendas de carros, caminhonetes, caminhões e ônibus vai cair 40% no Brasil neste ano, para 1,68 milhão de veículos.
O transporte coletivo deve dar mais espaço ao individual no médio prazo, o que favorece as vendas de automóveis, porém o aumento do desemprego e a queda da renda tendem a limitar o ímpeto do consumidor. Para as montadoras e para o país, o caminho da retomada é longo.