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Com Brasil fraco, Itaú BBA reforça aposta em América Latina

Com a expectativa de outro ano fraco para a economia em 2015, o Itaú BBA aposta na expansão de mercados mais dinâmicos na América Latina


	Jean-Marc Etlin, do Itaú BBA: "nosso plano é estar entre os três bancos líderes nos próximos anos"
 (Beatriz Souza/EXAME.com)

Jean-Marc Etlin, do Itaú BBA: "nosso plano é estar entre os três bancos líderes nos próximos anos" (Beatriz Souza/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 17h45.

São Paulo - Com a expectativa de outro ano fraco para a economia brasileira em 2015, o Itaú BBA está reforçando a aposta na expansão em mercados mais dinâmicos da América Latina para marcar posição entre os líderes da região, disseram executivos do grupo nesta terça-feira.

Esse já foi o caminho que levou o braço de banco de atacado do Itaú Unibanco ter tido receita recorde em 2014, mesmo com a contração do mercado de capitais no Brasil, que levou a participação do país na receita regional do banco a cair à metade do que era em 2009.

"Conseguimos reorganizar nossa posição e manter nosso market share na região", disse a jornalistas o responsável pela área de banco de investimento do Itaú BBA, Jean-Marc Etlin. "Nosso plano é estar entre os três bancos líderes nos próximos anos."

Com mais operações nos mercados de renda fixa e variável e de fusões em países como Chile, Peru, Colômbia e Argentina, onde intensificou suas operações nos últimos anos, o Itaú BBA manteve uma participação de cerca de 8 por cento nas receitas regionais de bancos de investimentos.

Ainda o principal mercado latino-americano, o Brasil deve fechar 2014 com apenas uma estreia na bolsa, no pior resultado em ao menos uma década. As emissões domésticas de renda fixa somaram cerca de 110 bilhões de reais até outubro, praticamente estáveis ante mesma etapa do ano passado.

Etlin prevê para 2015 um "ano mais construtivo" no Brasil em termos de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), e "atuante" em renda fixa, mas não deu projeções. Mas a instituição, também responsável por operações de crédito para empresas com faturamento anual acima de 30 milhões de reais, prevê crescimento de apenas 0,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2015, o segundo pior entre os países regionais nos quais o banco atua.

Além disso, o cenário de ajustes macroeconômicos, incluindo alta da Selic, alta de impostos e corte nas despesas públicas, além de eventuais reflexos das investigações sobre corrupção na Petrobras, podem pesar nas expectativas dos agentes.

O economista-chefe do Itaú BBA, Ilan Goldfajn, disse que se não houver uma piora das expectativas dos empresários, a própria recuperação do nível de investimentos tende a ser um fator importante para melhorar a atividade econômica em 2015.

Por ora, no entanto, projetos de investimentos, como os de infraestrutura, estão tendo uma "paradeira" diante do caso Petrobras, disse o presidente do Itaú BBA, Candido Bracher.

Em outra frente, o juro básico em elevação e a expectativa de menor crescimento do lucro das empresas brasileiras limitam o potencial de alta do Ibovespa, o principal índice acionário do país.

"Apesar da queda recente, as ações brasileiras ainda não estão baratas e ainda existe espaço para correção de preços", disse o estrategista-chefe do Itaú BBA, Carlos Constantini, para quem bolsas como as de México e Colômbia agora estão mais atrativas.

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