Tim Cook; Jony Ive (David Paul Morris/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2019 às 07h01.
Última atualização em 28 de junho de 2019 às 08h43.
Investidores estarão de olho nas ações da gigante de tecnologia Apple nesta sexta-feira, depois do anúncio, na noite de ontem, da saída do chefe de design da companhia, Jony Ive. Ive, braço direito do fundador da Apple, Steve Jobs, e personagem fundamental na construção da Apple, deixará a companhia até o final do ano para mondar seu próprio estúdio, o LoveFrom.
Ive trabalhou por mais de 20 anos na Apple, onde liderou o desenho de produtos como iPod, iPhone, iPad, MacBook e iMac. Prestigiado dentro e fora da empresa, ele terá a fabricante do iPhone como primeira cliente de seu estúdio. Ao jornal britânico Financial Times, Ive disse que já completou os projetos importantes que queria realizar.
Soou como o fim de um ciclo. E é essa a grande dúvida de analistas e investidores que acompanham a companhia. O que vem agora? A saída de Ive escancara os dilemas da companhia liderada por Tim Cook: qual será o carro-chefe da Apple depois do iPhone, o produto de consumo mais bem-sucedido da história?
O anúncio da saída fez as ações da companhia caírem 1,5% na madrugada, e há grande expectativa para o pregão desta sexta-feira. As vendas de iPhones caíram 17% no último trimestre, e devem manter a curva descendente. As vendas de novos produtos, como o Apple Watch e fones de ouvido sem fios, crescem, mas não a ponto de entusiasmar. Uma aposta promissora são os serviços na nuvem, outra é o conteúdo. Ambas colocam a Apple num terreno novo, correndo atrás de concorrentes como Amazon e Netflix.
Dinheiro não há de ser problema: a Apple tem mais de 130 bilhões de dólares em caixa. Mas, sem Ive, as dúvidas sobre a capacidade da Apple de investir mirando o futuro tendem a crescer.