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Coldplay investe em biocombustível, tecnologia e materiais reutilizáveis por turnê mais sustentável

Uma bateria recarregável desenvolvida em parceria com a BMW move os shows e a cada ingresso vendido, uma árvore é plantada; banda faz nove shows no Brasil

 (Coldplay/Divulgação)

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Publicado em 15 de março de 2023 às 17h30.

Última atualização em 16 de março de 2023 às 15h17.

As chuvas e os alagamentos que marcaram os primeiros shows do Coldplay em São Paulo mostram que a banda acertou no tom ao estabelecer os princípios da turnê atual: o grupo só pegou a estrada para divulgar o álbum “Music Of The Spheres” depois de condicionar as apresentações a uma série de ações em prol do meio ambiente. 

Com direito a onze shows no Brasil, a turnê foi pensada com três princípios como base. O primeiro impõe a diminuição das emissões de CO2 em 50% (em relação à última turnê) e estimula a redução de consumo e o aumento da reciclagem. O segundo pilar é o apoio a novas tecnologias ecológicas e métodos de turismo sustentáveis e com baixa emissão de carbono. Por fim, a turnê ainda deve compensar os impactos provocados pelas apresentações. 

O Coldplay se alinhou à DHL, referência internacional no setor de transportes, para diminuir o impacto da logística dos shows, evitando o uso de combustíveis fósseis. A empresa dá preferência a voos abastecidos com biocombustíveis e, nos  deslocamentos em terra, prioriza veículos elétricos. 

Líder na produção de combustível de aviação sustentável, a Neste também embarcou na turnê. É quem está fornecendo o biocombustível do tipo HVO (óleo vegetal hidrotratado) que garante a ida e vinda dos músicos em diversas ocasiões. 

Também chamado de diesel verde, o HVO é 100% produzido com matérias-primas renováveis, como óleo de cozinha. Em comparação ao combustível fóssil tradicional, essa alternativa reduz as emissões dos gases do efeito estufa das viagens aéreas em até 80%. E o diesel verde ainda está sendo utilizado pelos caminhões que carregam os equipamentos.

Em parceria com a BMW, a banda inglesa desenvolveu uma bateria móvel e recarregável que garante boa parte da energia necessária para os shows. Instalados em determinadas áreas de cada arena, pisos cinéticos fazem com que a movimentação e o sacolejar dos fãs sejam transformados em energia elétrica, consumida ao longo das apresentações. 

Ainda há os painéis solares fotovoltaicos, que são instalados atrás do palco e ao redor dos estádios. A turnê começou na Costa Rica e não foi por acaso: 99% da energia elétrica disponível naquele país vêm de fontes renováveis. 

Para os geradores que abastecem os equipamentos da turnê, a banda conseguiu reduzir em até 80% a emissão de CO2 adotando geradores que utilizam biodiesel produzido pela JBS Biodiesel. Para os concertos em São Paulo e Rio, o combustível vem da planta de Lins (SP), para Curitiba (PR), da unidade de Mafra (SC). São cerca de 30 mil litros por show.

Apesar dos esforços, a banda reconhece que a turnê deixará uma pegada de carbono significativa. O Coldplay assumiu o compromisso de apoiar, com 10% do faturamento, ONGs que militam em prol do meio ambiente. É o caso da ClientEarth, da Ocean Cleanup e da One Tree Planted, entre outras. 

A cada ingresso vendido, a turnê promete ainda o plantio de uma árvore, além da proteção vitalícia de todas as mudas. A compensação das emissões registradas ao longo dos shows por meio de créditos de carbono também está prevista.  

A banda prometeu ainda recorrer a equipamentos, materiais e recursos locais sempre que possível e montar palcos só com materiais leves, de baixo carbono e reutilizáveis. As pulseiras de LED usadas pelo público durante as apresentações são feitas de materiais 100% compostáveis, à base de plantas. A meta é reduzir a produção de novas pulseiras em 80%, o que está sendo feito com a coleta e a esterilização delas no final de cada show. Até o confete disparado para o alto foi alterado. Agora é 100% biodegradável e o acionamento exige consideravelmente menos gás comprimido. 

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