Latas de Coca-Cola: segundo Simões, várias razões influenciaram a queda nas vendas, entre elas a redução na disponibilidade de renda (Mike Windle/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 14h37.
Rio - A aceleração da inflação e o crescimento dos rendimentos em ritmo menor não assustam a Coca-Cola Brasil na hora de avaliar seus investimentos no país.
De acordo com o vice-presidente de Comunicação da empresa, Marco Simões, o planejamento da companhia tem como horizonte o médio e o longo prazo, tempo em que, na sua avaliação, o Brasil voltará a crescer com mais vigor.
"Nós sabemos que o Brasil tem uma capacidade de crescimento bastante grande, e que vai crescer no médio e no longo prazo. Por isso nós mantemos nossos investimentos mesmo que o resultado trimestral ou até anual possam ser inferiores ao período anterior", afirmou Simões, em referência à desaceleração nas vendas observada a partir do segundo trimestre do ano passado, que resultou em queda de 1% nas vendas no terceiro trimestre.
Os dados dos últimos três meses do ano, de acordo com o vice-presidente, serão divulgados em fevereiro.
Segundo Simões, várias razões influenciaram a queda nas vendas, entre elas a redução na disponibilidade de renda, apesar da situação de pleno emprego. Além disso, o clima frio e chuvoso que predominou durante dez meses em 2013 foi desfavorável ao mercado de consumo imediato (que inclui bares e restaurantes).
Para 2014, as previsões de menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e aceleração da inflação são vistas por Simões como "movimentos cíclicos da economia", o que não entra na conta do planejamento de longo prazo. "Quando se constrói ou amplia uma fábrica, isso é feito para durar 10 ou 20 anos. Nós não podemos nunca nos deixar guiar por previsões, nem positivas, nem negativas, no curtíssimo prazo. E um ano é curtíssimo prazo. Então, previsões de um ano não afetam nosso investimento", ressaltou.
A Coca-Cola Brasil não divulga quanto será o investimento da empresa no País em 2014. Mas o plano quinquenal previa desembolso de R$ 14,1 bilhões entre 2012 e 2016. Até agora, foram investidos R$ 2,8 bilhões em 2012 e R$ 2,6 bilhões no ano passado.
"A área de bebidas envasadas não alcoólicas vai continuar crescendo nos próximos anos. Estimamos que até 2020 haverá um mercado significativamente superior. Claro que tem anos maiores, outros menores, mas a gente acredita em um crescimento consistente no longo prazo", disse Simões.
Durante o período de realização da Copa do Mundo, Simões prevê um pico de vendas. "Copa do Mundo é sempre um fator positivo para a nossa indústria. Toda vez que tem Copa em qualquer lugar do mundo, nós temos um resultado significativamente maior naquele período", disse.