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Citigroup mira expansão em regiões emergentes enquanto rivais recuam

Banco aposta que oportunidades de negócios sem precedentes seguirão a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus

Citigroup: reformulação do negócio para se concentrar nas economias emergentes (Mario Tama/Getty Images)

Citigroup: reformulação do negócio para se concentrar nas economias emergentes (Mario Tama/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 15h36.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 15h37.

O Citigroup planeja aumentar a presença em banco corporativo nos países em desenvolvimento, mesmo quando alguns rivais se concentram em seus mercados domésticos.

O Citi reformulou seu negócio na Europa Oriental, Oriente Médio e África para se concentrar nas economias emergentes. O terceiro maior banco dos Estados Unidos aposta que oportunidades de negócios sem precedentes seguirão a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, os baixos preços do petróleo e a incerteza política.

Como parte da reformulação, em setembro o Citigroup fez mudanças em 29 de suas operações nessas três regiões e outras 30 unidades em países onde não está presente, criando um único grupo de mercados emergentes.

“Queremos aumentar a tela do banco em comparação com onde estamos agora”, disse em entrevista Naveed Kamal, presidente do conselho da unidade de banco corporativo EMEA EM.

A expansão contrasta com alguns concorrentes europeus. O Deutsche Bank e o Barclays reduziram presença ou saíram da África para se concentrarem em seus mercados domésticos. O Standard Chartered tem feito demissões e reduzido presença em Dubai, na mesma linha da Nomura e Credit Suisse.

“Já estamos contratando novos recursos e contrataremos mais pessoas à medida que a oportunidade aumentar”, disse Kamal. “Será uma combinação de contratar mais ou realocar recursos.”

Retornos

A demanda por ativos de mercados emergentes aumentará significativamente em meio à busca de gestores de ativos e fundos de pensão globais por retornos mais elevados no ambiente de baixas taxas de juros, disse Rizwan Shaikh, corresponsável pela divisão de banco corporativo EMEA EM do Citigroup, na mesma entrevista por telefone.

“Mesmo uma pequena mudança nesse mandato significará fundos substanciais entrando em mercados emergentes”, disse. “Queremos estar prontos para essa mudança.”

Plataformas de empréstimo direto criadas por fundos soberanos, como Mubadala e Autoridade de Investimento do Qatar, são outras oportunidades para o banco com sede em Nova York e seus concorrentes.

Os negócios da instituição em mercados emergentes do banco poderão receber mais impulso quando Jane Fraser assumir o posto de CEO em fevereiro, devido à sua experiência em algumas regiões em desenvolvimento.

O Citi espera que os governos soberanos continuem acessando os mercados para necessidades de capital. As vendas de títulos e sukuks do Oriente Médio e do Norte da África somaram recorde de US$ 115 bilhões até agora neste ano.

Para complementar a onda de emissões de títulos, as estatais também se voltam para a venda de ativos com o objetivo se sustentar as economias.

Embora o Citigroup não espere uma grande corrida por liquidez de clientes regionais tão cedo - principalmente por causa dos lucros trimestrais que superaram ou ficaram dentro das expectativas -, isso está prestes a mudar.

“Haverá necessidade de capital à medida que as coisas se normalizem e nossos clientes procurem reinvestir para crescer”, disse Shaikh. “A maioria segurou gastos nos últimos meses e esperamos que a demanda reprimida conduza a um grande aumento de capital em dívidas e ações.”

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