Banco BSI: Cingapura tirou o status de banco mercantil do BSI por graves violações a regras contra lavagem de dinheiro (Arnd Wiegmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2016 às 10h02.
Singapura/Zurique - Singapura emitiu nesta terça-feira uma ordem de fechamento das operações do BSI na cidade-Estado, em meio a uma investigação criminal na Suíça contra o banco suíço de investimento, na maior operação internacional sobre entidades financeiras que lidaram com um fundo estatal da Malásia com problemas.
A Autoridade Monetária de Singapura (MAS) afirmou nesta terça-feira que retirou do BSI status de banco mercantil na cidade-estado por conta de graves violações a regras contra lavagem de dinheiro, na primeira vez em que 32 anos que uma medida deste tipo é tomada contra um banco.
Em comunicado que ressalta uma "cultura de risco inaceitável", problemas regulatórios e conduta errada de alguns dos funcionários do BSI, a MAS informou que está revendo transações de outros bancos em Singapura.
"A MAS está conduzindo análises sobre várias outras instituições financeiras e contas bancárias por meio das quais transações suspeitas e incomuns foram realizadas", disse a autoridade montetária.
O BSI, detido pelo brasileiro BTG Pactual, está tendo seu controle vendido para o banco também suíço EFG International por 1,33 bilhão de francos suíços.
Em comunicado, a autoridade financeira da Suíça Finma afirmou que a aquisição continuará do BSI continuará em frente, mas sob a condição do BSI ser totalmente integrado e depois dissolvido.
A MAS afirmou que os ativos do BSI em Singapura serão transferidos ao EFG.
A Finma informou que está confiscando 95 milhões de francos suíços em lucros do BSI e que lançou procedimentos de aplicação de regras contra dois antigos ex-diretores sêniores da instituição.
A autoridade de Singapura não citou explicitamente o nome do fundo estatal no centro do escândalo 1Malaysia Development Bhd em seu comunicado.
Mas a Finma afirmou que o BSI cometeu sérias violações sobre lavagem de dinheiro por meio de relacionamentos comerciais e transações vinculadas a escândalos de corrupção envolvendo o 1MDB.
O fundo, criado pelo premiê malaio Najib Razak em 2009 pouco depois de assumir o governo, está sendo investigado por lavagem de dinheiro em pelo menos seis países.