Cielo: dívida bruta da Cielo aumentará para R$ 10,1 bilhões com a emissão de debêntures para aportar a joint-venture (ARQUIVO)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2014 às 16h32.
São Paulo - O objetivo estratégico da joint-venture que Cielo e Banco do Brasil estão estruturando para atuar na gestão de cartões é trabalhar com outros emissores e bandeiras, segundo o presidente da adquirente, Rômulo de Mello Dias. "Um dos objetivos principais da nova companhia é estar aberta a novas emissões e não atuar somente com o Banco do Brasil", destacou ele, nesta quinta-feira, 20.
O fechamento de parceria com outros emissores e bandeiras, de acordo com Dias, é um caminho para diversificação de receitas da joint venture. Possíveis acordos, segundo o executivo, podem ter formatos e precificação diferentes do adotado com o BB.
Sobre uma possível inserção do Bradesco na empresa, o presidente da Cielo disse que é "improvável". Isso porque, conforme lembrou ele, o banco firmou no passado acordo com a Fidelity no processamento de cartões. Dias afirmou ainda que a joint venture da Cielo com o BB em cartões não trará impacto algum para o lojista nem para o consumidor.
Na prática, após a conclusão da joint venture, que depende de autorização do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o BB ficará responsável pelo risco de crédito e relacionamento com o cliente. Já a joint venture, cujo nome ainda não foi definido, fará a gestão de contas de pagamento, o apoio ao gerenciamento e controle da segurança das transações e o pagamento de tarifas às bandeiras e arranjos de pagamentos.
A remuneração por essas atividades será por meio da taxa de intercâmbio sobre as transações de crédito e débito realizadas com cartões emitidos pelo BB. "Os contratos atuais serão mantidos. A taxa de intercâmbio será a principal fonte de receita da joint venture, da qual a Cielo terá 70%", acrescentou.
Debêntures
A emissão de debêntures que a Cielo fará para aportar R$ 8,1 bilhões na joint venture para atuar na gestão de cartões terá prazo de dez anos, segundo Rômulo Dias. Parte desses recursos, diz ele, serão destinados ao pagamento de tributos e outra parte em debêntures de longo prazo à instituição pública.
"Os R$ 8,1 bilhões serão para equalizar a participação em 70% da Cielo e em 30% do BB na joint venture. Esse valor não vai ficar no caixa da joint venture", explicou Dias. O executivo não comentou sobre a possível taxa da dívida a ser emitida. Mais cedo, ele explicou que as debêntures terão garantia firme, ou seja, os coordenadores da operação a garantem, possibilitando que o dinheiro almejado pela companhia esteja disponível independente de demanda pelo mercado.
Na prática, caso as debêntures não sejam aceitas em sua totalidade pelo mercado, os bancos coordenadores da emissão comprometem-se a subscrever o restante dos papéis. As instituições que estão estruturando a operação, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, são Bradesco, BB e BTG Pactual.
A dívida bruta da Cielo aumentará de quase R$ 2,5 bilhões para R$ 10,1 bilhões com a emissão de debêntures que a adquirente fará para aportar na nova joint venture que terá com o Banco do Brasil, segundo o presidente da Cielo. O índice dívida líquida/Ebitda ajustado passará de 0,5 vez para 1,6 vez, informou.