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Cia Hering vê maior pressão sobre margens

Diretor disse que não vê ameaça ao plano da companhia de abrir 70 lojas Hering Store e 30 lojas Hering Kids em 2014


	Loja da Hering: margem bruta da companhia caiu 0,5% no primeiro trimestre ante igual período de 2013, a 44,3%
 (Divulgação/Hering)

Loja da Hering: margem bruta da companhia caiu 0,5% no primeiro trimestre ante igual período de 2013, a 44,3% (Divulgação/Hering)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 16h30.

São Paulo - A varejista têxtil Cia Hering reconheceu nesta sexta-feira que a pressão sobre sua margem bruta deve ser maior no atual trimestre do que entre janeiro e março, diante do maior mix de produtos importados e risco cambial associado, além da transição de peças básicas nas lojas já em curso.

"Isso deve custar um pouco de margem no segundo trimestre", afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Frederico Oldani, em teleconferência com analistas.

Mesmo diante de um ambiente tido como desafiador da economia, o executivo disse que não vê ameaça ao plano da companhia de abrir 70 lojas Hering Store e 30 lojas Hering Kids em 2014.

Nos três primeiros meses do ano, a margem bruta da Cia Hering caiu 0,5 ponto percentual ante igual período de 2013, a 44,3 por cento.

Apesar de modesto aumento na receita líquida, a empresa viu o lucro líquido recuar 6,9 por cento, a 64,6 milhões de reais, também afetada por maiores despesas.

As vendas nas mesmas lojas na rede Hering Store, principal marca da companhia, caíram 4,1 por cento na comparação anual. O indicador, que considera apenas as unidades abertas há mais de um ano, vem sendo acompanhado de perto pelo mercado diante da dificuldade da varejista em melhorar o avanço orgânico das vendas.

Repercutindo os dados trimestrais, as ações da companhia recuavam 3,43 por cento às 16h11, a 23,95 reais, com o Ibovespa em queda de 0,88 por cento no mesmo momento.

O analista Tobias Stingelin, do Credit Suisse, calcula que o tráfego nas lojas Hering Store caiu perto de 9 por cento ante o mesmo trimestre do ano passado, enquanto o tíquete médio subiu 5,1 por cento. "No longo prazo, essa tendência é claramente insustentável, e a Cia Hering está plenamente ciente disso", disse o analista.


Durante a teleconferência, o presidente da varejista, Fabio Hering, afirmou que as perspectivas são mais positivas para a segunda metade do ano, quando a companhia relançará sua coleção de peças básicas.

"A partir da coleção de verão... (teremos) uma oferta mais adequada e melhorada em relação a coleções anteriores", afirmou o empresário.

Ele disse ainda que a marca Hering for You, exclusivamente feminina, terá a primeira loja inaugurada entre o segundo trimestre e o início do terceiro. Para o ano, são estimadas outras três lojas piloto dessa bandeira.

Na visão do presidente da companhia, o segundo semestre é um período sempre melhor de vendas, com menor risco de descasamento com o clima. Em março, por exemplo, a companhia sofreu com a introdução da coleção de outono/inverno num momento em que as temperaturas altas persistiam no Brasil.

Para o analista Richard Cathcart, do Espírito Santo Investment Bank, resultados trimestrais fracos aliados a uma perspectiva desanimadora para o segundo trimestre deixam, no entanto, pouca confiança para a recuperação prevista pela administração da Cia Hering.

"Achamos que a Cia Hering pode estar sofrendo devido aos preços elevados e altas margens em relação a seus concorrentes", acrescentou Cathcart.

Nesta sexta, o Espírito Santo Investment Bank alterou a recomendação para a ação de "neutra" para "venda", rebaixando o preço-alvo do papel de 25 para 22 reais.

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