Bananas da Chiquita Brands International a venda em uma loja de San Francisco, na Califórnia (David Paul Morris/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 15h54.
São Paulo - A produtora de bananas Chiquita Brands International adiou uma assembleia de acionistas sobre um plano de fusão com a Fyffes para entrar em negociações com o grupo brasileiro de suco de laranja Cutrale e o banco Safra, que fizeram proposta não solicitada de 611 milhões de dólares para comprar a companhia e classificaram como "totalmente inaceitáveis" os novos termos propostos pela Chiquita.
A norte-americana Chiquita disse nesta segunda-feira que recebeu da companhia irlandesa de frutas tropicais Fyffes uma autorização para entrar em negociações com a Cutrale e o Safra.
Uma assembleia de acionistas da Chiquita para votar a proposta da Fyffes estava prevista para 17 de setembro, mas foi adiada até 3 de outubro, acrescentou em comunicado.
A Chiquita, que no mês passado rejeitou a oferta feita pelas empresas brasileiras, irá agora reavaliar a proposta. A Chiquita estava tentando fechar uma fusão com a Fyffes, segundo anúncio feito em março. O objetivo seria criar o maior fornecedor global de banana.
Mesmo com a direção da Chiquita ainda apoiando o acordo com a Fyffes, a empresa quer discussões que possam levar à melhor oferta definitiva, segundo comunicado.
Cutrale e Safra começaram a tomar medidas no mês passado para lançar uma batalha para derrubar a direção da Chiquita por meio de votos de acionistas, em meio à sua ofensiva para assumir o controle da empresa, depois de o Conselho da Chiquita ter rejeitado a oferta.
As ações da Fyffes subiram mais de 2 por cento na bolsa de valores da Irlanda nesta segunda-feira. As ações da Chiquita, por sua vez, subiam 0,95 por cento às 14h15 (horário de Brasília).
O Safra, grupo global financeiro e de investimentos imobiliários, e a Cutrale, gigante do setor de suco de laranja, ofereceram 13 dólares por ação em dinheiro para os acionistas da Chiquita.
A Chiquita informou ainda que enviou uma carta para Cutrale e Safra, dizendo que estava disposta a ouvir uma nova oferta.
As direções da Fyffes e da Chiquita, no entanto, afirmaram continuar apoiando a fusão entre as duas companhias.
Enfrentando um declínio global de suco de laranja, a brasileira Cutrale está expandindo para novas regiões e produtos, após ingressar no negócio de grãos há alguns anos.
Para o Safra, instituição bancária da família do financista Joseph Safra, a diversificação para a indústria de fruta é uma escolha estratégica, disse uma fonte à Reuters.
Em resposta ao anúncio feito pela Chiquita, a Cutrale e o Safra disseram que trata-se de "uma tentativa evidente do Conselho de frustrar os acionistas da Chiquita".
"As condições e o cronograma apresentados pela Chiquita para Cutrale-Safra são absurdos e totalmente inaceitáveis", disseram as empresas em comunicado.