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Chinesa está perto de comprar fatia de terminal em Paranaguá

O controle do terminal foi adquirido em 2011 pelo Advent, por US$ 500 milhões, que agora quer vender uma fatia do negócio

Porto de Paranaguá: terminal de contêineres é o terceiro maior do país (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Porto de Paranaguá: terminal de contêineres é o terceiro maior do país (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de abril de 2017 às 11h24.

A estatal China Merchants está em conversas avançadas para a compra do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná.

O ativo, que é controlado pelo fundo americano Advent, foi colocado à venda no ano passado, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

O valor da transação, referente à participação da Advent de 50% na empresa, é de cerca de US$ 1 bilhão, segundo fontes a par do assunto.

A ideia original era abrir o capital do TCP ou vender apenas uma fatia a investidores privados, mas a boa demanda pelo negócio levou os controladores a rever essa estratégia.

A companhia também estava em conversas com o grupo árabe Dubai Port World (DP World), sócio da Odebrecht na Embraport, na Baixada Santista.

As negociações com a companhia, no entanto, esfriaram, disse uma fonte familiarizada com o assunto (a DP World negocia a compra da participação da Odebrecht no terminal santista).

"O grupo chinês mostrou mais interesse pelo negócio, e as conversas ficaram mais intensas", disse uma fonte.

No momento, TCP e a gigante chinesa de transportes estão acertando os últimos detalhes para assinar um acordo vinculante, afirmou outra fonte a par do assunto.

No ano passado, o TCP contratou os bancos BTG Pactual e Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações. O grupo China Merchants contratou o banco Santander.

O gigante asiático é o maior investidor e operador de rodovias na China, com 8.147 km de estradas, pontes e túneis em 18 províncias. Além disso, tem 31 terminais portuários espalhados por 18 países.

No Brasil, o TCP seria sua estreia para futuros negócios numa área carente de investimentos, a infraestrutura de transportes.

O terminal brasileiro é considerado um dos mais modernos no País e tem bom potencial de crescimento. Nos últimos anos, recebeu altos investimentos na renovação de equipamentos e na infraestrutura local, o que melhorou de forma expressiva a produtividade da empresa. Em 2015, movimentou 815,6 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

Hoje, o TCP é o terceiro maior terminal de contêineres do País, atrás apenas de Santos Brasil e Brasil Terminal Portuário (BTP), ambos no Porto de Santos.

O terminal também detém o maior número de tomadas refeer - infraestrutura exigida para a manutenção de contêineres de produtos refrigerados, como carnes - do País.

O controle do terminal foi adquirido em 2011 pelo Advent, por US$ 500 milhões. Além do fundo, o TCP tem como sócio a APM Terminals, outro peso pesado do transporte mundial de contêineres, pertencente à gigante Maersk.

Aquisições

Apesar de colocar o terminal à venda, nos últimos meses a gestora americana tem sido agressiva em aquisições. Em dezembro, comprou a distribuidora de produtos químicos quantiQ, que pertencia à Braskem, e a faculdade gaúcha Cesuca.

Em março, anunciou a compra de uma fatia relevante da corretora Easynvest.

O fundo também é apontado como o favorito para comprar o laboratório de genéricos Teuto, que tem a multinacional americana Pfizer como sócia.

A gestora ainda está em conversas avançadas para abrir o capital da farmacêutica Biotoscana, que no Brasil controla a United Medical.

Procurados, o Advent e o TCP não comentaram sobre as negociações envolvendo o terminal. Já o China Merchant e DP World não retornaram os pedidos de entrevista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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