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Chinesa Cmoc conclui negócio com a Anglo American no Brasil

A empresa avalia que o Brasil está no caminho certo para uma retomada do crescimento econômico e está atenta a novas oportunidades


	Anglo American: a chinesa concluiu nesta sexta-feira a aquisição das operações da britânica Anglo American de nióbio e fosfatos, em Catalão
 (Divulgação/Exame)

Anglo American: a chinesa concluiu nesta sexta-feira a aquisição das operações da britânica Anglo American de nióbio e fosfatos, em Catalão (Divulgação/Exame)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 20h10.

Rio de Janeiro - A Cmoc International, braço internacional da chinesa China Molybdenum (Cmoc), pode investir ainda mais no Brasil se oportunidades surgirem, aproveitando a boa situação financeira da matriz, disse um executivo nesta sexta-feira, após o fechamento de uma grande aquisição de ativos de mineração da Anglo American.

A empresa avalia que o Brasil está no caminho certo para uma retomada do crescimento econômico, estuda o aprimoramento de suas unidades no país e está atenta a novas oportunidades, afirmou em entrevista à Reuters o principal executivo da companhia no país, Marcos Stelzer.

A chinesa concluiu nesta sexta-feira a aquisição das operações da britânica Anglo American de nióbio e fosfatos, em Catalão, Ouvidor (GO) e Cubatão (SP), por 1,7 bilhão de dólares, em negócio anunciado no início do ano.

Nióbio é um metal usado principalmente na produção de ligas de aço de alta resistência. Já fosfatos são uma das principais matérias-primas para a fabricação de fertilizantes.

A operação marca a chegada no Brasil da Cmoc, fundada na China em 2006. Stelzer destacou que a Cmoc tem uma estratégia de crescimento por aquisição, que está sempre estudando oportunidades e que a empresa tem atualmente uma situação financeira favorável para isso.

O executivo ponderou que não participa de estratégias da empresa para aquisições, mas explicou que "o que a gente ouve deles é que eles têm apetite para continuar investindo... pode ser no Brasil".

"Desde que seja uma commodity onde eles entendem que é um ativo que tem potencial e com uma boa estrutura, pode ser um 'target' para a Cmoc", afirmou Stelzer.

O executivo, entretanto, não quis entrar em detalhes sobre quais ativos poderiam interessar à Cmoc. Questionado sobre se a empresa teria interesse em ativos da Petrobras de fertilizantes, que estão à venda, Stelzer preferiu não comentar.

Para Stelzer, que trabalhou anteriormente por 27 anos na Anglo American, onde seu último cargo foi de diretor Comercial e Supply Chain na Anglo American Níquel, Nióbio e Fosfatos, o Brasil está no caminho para retomar seu crescimento.

"Estamos esperançosos, acho que estamos indo no caminho certo, não é um processo fácil, mas pelo menos as primeiras medidas que estão sendo tomadas indicam, dão um pouco de pensamento mais positivo em relação ao país", afirmou.

"Quando olha a agricultura a gente fica mais feliz ainda, porque vai bem, mesmo nos períodos piores... o Brasil tem esse potencial de crescimento agrícola que é um diferencial em relação a outros países."

Juntos, os dois negócios adquiridos pela Cmoc geraram receita de 543 milhões de dólares e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 143 milhões de dólares em 2015. Os dados de 2016 apenas serão publicados no fechamento do ano.

Stelzer explicou que a nova gestão estará focada em concluir um aumento de produção em curso na unidade de nióbio e que também estuda possibilidades para crescer e agregar valor à unidade de fosfatos.

"A estratégia comercial se mantém, a ideia é conseguir melhorar ainda mais o negócio, dentro de uma base de clientes que está consolidada", afirmou.

No caso da unidade de fosfatos, a Anglo vendeu para a Cmoc mina, planta de beneficiamento, dois complexos químicos e dois depósitos minerais adicionais.

"O Brasil tem uma carência de fertilizantes, importa quase 60 por cento do fósforo que ele precisa, então a expectativa do lado de fertilizante é a melhor possível, é um negócio regional, bem posicionado, em uma área em que a demanda é muito alta", afirmou Stelzer.

Já o negócio de nióbio é composto de uma mina e três plantas de processamento, duas minas que não estão em atividade no momento, dois depósitos minerais adicionais e escritórios de vendas e marketing no Reino Unido e Cingapura.

Segundo Stelzer, seus principais clientes de nióbio estão na China, Índia e Europa.

Para o executivo, apesar do momento para o nióbio estar "um pouco mais difícil hoje", devido à desaceleração da demanda da China, a companhia acredita em uma recuperação do mercado no curto prazo.

A unidade internacional da Cmoc é focada em mineração e processamento, fundição, tecnologia de produtos, comércio, pesquisa e desenvolvimento.

Além das unidades adquiridas de nióbio e fosfatos, a empresa também produz molibdênio, tungstênio, cobre e ouro. Dentre seus ativos, a Cmoc controla 80 por cento da Northparkes Mines, a quarta maior produtora de cobre na Austrália.

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