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Chesf quer levantar R$2 bi com vendas de ativos para obras

A empresa espera também conseguir negociar a venda de alguns dos empreendimentos que ainda não iniciaram obras

Chesf: "O objetivo é tirar esse passivo. Não estamos pensando em iniciar nada novo... Temos que usar 2017, 2018, e até mesmo o comecinho de 2019 para resolver esse passivo" (Adriano Machado/Bloomberg)

Chesf: "O objetivo é tirar esse passivo. Não estamos pensando em iniciar nada novo... Temos que usar 2017, 2018, e até mesmo o comecinho de 2019 para resolver esse passivo" (Adriano Machado/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 16h02.

São Paulo - A Chesf, subsidiária da estatal federal Eletrobras, com atuação principalmente na região Nordeste, pretende levantar cerca de 2 bilhões de reais com a venda de ativos, como hidrelétricas, usinas eólicas e linhas de transmissão, disse à Reuters nesta quinta-feira o novo presidente da companhia, Sinval Gama, que assumiu o cargo na semana passada.

Maior elétrica do Brasil em capacidade instalada, a Chesf acumulou uma ampla carteira de projetos de geração e transmissão nos últimos anos, mas tem encontrado dificuldades para tocar os empreendimentos, muitos dos quais estão atrasados ou mesmo paralisados.

Parte dos recursos a serem obtidos com a negociação de ativos seriam utilizados para bancar essas obras em andamento, que a companhia espera entregar até o início de 2019.

Mas a empresa espera também conseguir negociar a venda de alguns dos empreendimentos que ainda não iniciaram obras, reduzindo sua lista de projetos em andamento.

"Vamos tentar vender esses projetos, nos tirar da obrigação de investimentos", explicou Gama, em entrevista à Reuters.

"O objetivo é tirar esse passivo. Não estamos pensando em iniciar nada novo... Temos que usar 2017, 2018, e até mesmo o comecinho de 2019 para resolver esse passivo", afirmou.

Segundo ele, a estatal tem um conjunto de empreendimentos avaliados em 3,7 bilhões de reais que poderiam ser negociados, e esses ativos serão oferecidos a investidores até que a companhia consiga levantar os 2 bilhões de reais planejados.

"Estamos olhando de A a Z... mas vamos vender aqueles que derem o melhor retorno. Tenho que começar em 2017, porque já preciso de recursos", afirmou o executivo.

As intenções da Chesf encaixam-se no planejamento de sua controladora, a Eletrobras, que no ano passado divulgou metas para entre 2017 e 2021 que incluem a obtenção de cerca de 4,6 bilhões de reais com a venda de ativos para reduzir dívidas.

Demissões voluntárias

Gama disse que outra medida da Chesf para recuperar sua saúde financeira será a realização de um plano de demissões voluntárias.

A estatal tem cerca de 4,5 mil funcionários, dos quais 1,8 mil devem ser elegíveis ao plano.

"Vamos incentivar a saída de colaboradores e vamos reestruturar organizacionalmente, diminuindo o número de níveis de gerência... vamos na linha de eficiência e custeio", disse Gama.

O plano geral da Eletrobras inclui planos de aposentadoria incentivada para até quase 5 mil funcionários.

Segundo Gama, a Chesf tem hoje despesas operacionais superiores à receita, o que exigirá uma restruturação para que a companhia possa, no futuro, voltar a investir.

O executivo, que antes de assumir o comando da Chesf estava na distribuidora de energia goiana Celg-D, também do grupo Eletrobras, afirmou que a nomeação para a subsidiária da estatal no Nordeste foi "uma honra".

"É uma empresa em que entrei como estagiário 40 anos atrás", disse.

No retorno à Chesf, o executivo almeja retomar a saúde financeira da companhia e concluir as obras em atraso, deixando-a pronta para um novo ciclo de expansão.

"Quero começar a poder dizer, poxa vida, como a Chesf é forte... participando de leilões, crescendo sustentavelmente... Esse é o sonho".

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