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Cenário econômico e despesas pressionam Hypermarcas

Mesmo com crescimento anual de dois dígitos, a empresa traça cenário de cautela até o final de 2011

A companhia alertou ainda para um cenário de acomodação do ritmo de vendas até o final deste ano (Germano Luders/EXAME)

A companhia alertou ainda para um cenário de acomodação do ritmo de vendas até o final deste ano (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 09h11.

São Paulo - Ainda que tenha apurado crescimentos anuais de dois dígitos tanto no lucro quanto na receita líquida no segundo trimestre, a Hypermarcas traçou um cenário de cautela a ser experimentado até o final de 2011.

A companhia teve lucro líquido de 53,3 milhões de reais no segundo trimestre, alta anual de 19,4 por cento, mas abaixo da média de previsões obtidas pela Reuters com quatro analistas, que estimava lucro trimestral de 73,3 milhões de reais.

A receita líquida, por sua vez, cresceu 25,4 por cento ano a ano, para 936,6 milhões de reais entre abril e junho.

Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 220,5 milhões de reais nos três meses até junho, aumento de 38,6 por cento sobre a geração de caixa operacional de um ano antes. A margem Ebitda cresceu de 21,3 para 23,5 por cento.

O resultado, entretanto, veio com aumentos significativos nas linhas de gastos, sendo que o maior deles veio das despesas gerais e administrativas, que cresceram 69,8 por cento no período, para 74,5 milhões de reais.

As despesas com vendas, enquanto isso, saltaram 47,6 por cento, a 168,8 milhões de reais, e aquelas com marketing subiram 24,2 por cento, a 209,8 milhões.

A companhia alertou ainda para um cenário de acomodação do ritmo de vendas até o final deste ano, decorrente da atual situação da economia no mundo.

"A volatilidade nas vendas mensais poderá continuar até o final do ano, a depender das decisões do governo sobre a política econômica", afirmou a empresa no balanço, se referindo a aumento de juros para conter inflação, aumento do nível de endividamento das famílias e queda do poder de compra, que criaram sentimento de preocupação e aversão ao risco.

Nesse sentido, a Hypermarcas resolveu reduzir sua estimativa de geração de caixa em 2011, de acima de 1 bilhão de reais para cerca de 900 milhões de reais.

Além da "piora material nas perspectivas macroeconômicas", a empresa cita como responsáveis pela revisão o "tempo maior do que o inicialmente previsto para a reestruturação das forças de vendas e maior tempo do que o previsto inicialmente para o ajuste dos níveis de estoque na cadeia".


A empresa acrescentou ainda que, buscando priorizar a consolidação e estabilização dos negócios adquiridos até o começo de 2011, "não considera realizar novas aquisições".

No segundo trimestre, a companhia informou ter capturado 84 por cento dos 257 milhões de reais estimados em sinergias provenientes das aquisições realizadas, cuja conclusão deve ocorrer até o primeiro semestre de 2012. Entre as aquisições está a do laboratório farmacêutico Mantecorp.

A Hypermarcas encerrou junho com endividamento líquido de 2,8 bilhões de reais, mais que o dobro dos 1,2 bilhão vistos um ano antes.

Recompra de ações

A companhia também lançou um programa de recompra de ações e de compra de opções, além de lançamento de opções de venda referenciadas em papéis da empresa no mercado acionário.

Os programas são válidos por seis meses, até 12 de fevereiro de 2012. "O total de ações ou opções de compra ou venda a serem lançadas ou adquiridas é de até 35 milhões, que representam até 9,5 por cento do total das ações em circulação no mercado", informou a Hypermarcas.

O anúncio da recompra, feito na noite do domingo, acontece depois que companhias como Telesp, Gol e MRV Engenharia divulgaram programas de aquisições de ações em meio à fraqueza da bolsa paulista, cujo índice Ibovespa acumula desvalorização de 22,8 por cento este ano.

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