Negócios

Cemig coloca R$6,56 bilhões em ativos à venda

A empresa espera ter sucesso em no mínimo 50% do programa até o primeiro semestre de 2018, segundo fato relevante

Cemig; as vendas incluirão o negócio de geração da controlada Light (Cemig/Divulgação)

Cemig; as vendas incluirão o negócio de geração da controlada Light (Cemig/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 1 de junho de 2017 às 19h34.

Última atualização em 1 de junho de 2017 às 20h29.

São Paulo - A elétrica mineira Cemig anunciou nesta quinta-feira um plano de desinvestimentos que inclui ativos que somam valor patrimonial de 6,564 bilhões de reais, sendo que a empresa espera ter sucesso em no mínimo 50 por cento do programa até o primeiro semestre de 2018, segundo fato relevante.

As vendas de ativos, que terão como objetivo reduzir aceleradamente a enorme dívida da companhia, incluirão o negócio de geração da controlada Light, fatias nas transmissoras Taesa e Transmineira e as participações da empresa nas grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte.

Na Taesa, a Cemig venderá 19 por cento dos 31,5 por cento que detém. Nas grandes hidrelétricas, buscará vender todas as participações.

A companhia também pretende se desfazer das subsidiárias de gás e telecomunicações, Gasmig e Cemig Telecom, e encontrar um sócio estratégico para a controlada de geração limpa Renova Energia.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Cesar Vaz de Melo, disse que o objetivo do plano é reduzir a relação entre dívida líquida e geração de caixa da empresa a um patamar "aceitável" de 2,5 vezes, ante 4,21 vezes no final do primeiro trimestre de 2017.

Segundo ele, muitas das negociações pelos ativos já estão em estágio avançado, e em alguns casos já há propostas não vinculantes feitas por interessados.

"Não há dúvidas da administração da Cemig com relação à efetiva venda desses ativos. Agora sim com propostas que já estão maduras, negociadas e renegociadas", disse Melo.

Também estão na lista de desinvestimentos pequenas hidrelétricas e subsidiárias com portfólio de projetos na área, como as usinas Cachoeirão, Pipoca e Paracambi e as subsidiárias Guanhães Energia, Brasil PCH e ESPRA.

Negócios em andamento

Executivos da Cemig disseram que esperam receber ainda nesta semana uma proposta para entrada de um sócio estratégico em sua controlada Renova Energia, o que acabaria com a necessidade de injetar recursos na empresa.

Já a Light Energia, com ativos de geração, deve ser vendida para a Aliança, uma joint venture da Vale com a Cemig que opera uma série de hidrelétricas.

Em Santo Antônio e Belo Monte, que estão entre as maiores hidrelétricas do Brasil, a Cemig tem conversado com outros sócios dos empreendimentos para conduzir as vendas.

Mas em Belo Monte a prioridade neste momento é resolver algumas pendências, como a venda de uma fatia da energia da usina que ainda está descontratada.

"A gente estrategicamente está resolvendo os principais problemas de Belo Monte antes de colocar esse ativo à venda... mas de qualquer maneira já estamos em um processo de seleção dos assessores (para a negociação)", disse Melo.

Além dessas operações, a Cemig pretende negociar com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a devolução da hidrelétrica de Itaocara. A empresa e a Light arremataram o projeto em leilão, mas não têm recursos para construir a usina.

"Itaocara perdeu muita rentabilidade, estamos negociando com a Aneel... para a gente entregar a concessão", disse o diretor.

Reperfilamento da dívida

A Cemig também pretende rever o perfil de sua dívida, que concentra mais de 10 bilhões de reais em vencimentos até 2019.

o diretor financeiro da companhia, Adézio Lima, disse que a ideia da elétrica é captar entre 1 bilhão de dólares e 1,5 bilhão de dólares com a emissão de "eurobonds" e utilizar esses recursos para pagar parte dos compromissos em 2017, 2018 e 2019.

Além disso, a Cemig quer negociar com os bancos com quem têm débitos para ganhar três anos de carência e cinco anos de prazo para os pagamentos.

Com isso, a empresa jogaria boa parte dos vencimentos para a partir de 2020, com grande concentração das dívidas em 2024.

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