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Celulares são os produtos campeões em tentativas de fraude no e-commerce

Dados da ClearSale mostram que volume de fraudes do produto está relacionado ao alto potencial de revenda: a cada 100 compras realizadas do produto, pelo menos 4 são compras feitas por criminosos

Para evitar fraudes, continuam válidas boas práticas como checar sempre a origem dos links e promoções recebidas (Emilija Manevska/Getty Images)

Para evitar fraudes, continuam válidas boas práticas como checar sempre a origem dos links e promoções recebidas (Emilija Manevska/Getty Images)

KS

Karina Souza

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 11h21.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 16h14.

A ClearSale, líder em solução antifraude com mais de 20 anos de mercado e presente em mais de 150 países, divulgou hoje os dados relacionados às fraudes digitais no país durante a pandemia no Mapa da Fraude, estudo que analisa periodicamente a evolução das tentativas de fraude no país. Segundo a  companhia, em 2020, o produto mais visado pelos fraudadores no e-commerce durante o último ano foi o celular: a cada 100 transações realizadas para comprar o produto, pelo menos 4 eram tentativas de fraude.

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Em segundo lugar, estão fraudes relacionadas a produtos automotivos (2,2 em cada 100 compras) e, em terceiro lugar, alimentos (2,1 em cada 100). O crescimento dessa última categoria chama a atenção pelo ineditismo no estudo – muito impulsionado pela maior compra desses produtos pela internet com o isolamento social, segundo a companhia.

“O volume de fraudes está, quase sempre, relacionado a produtos de fácil ‘liquidez’ no mercado. A estratégia do fraudador não termina quando ele consegue fazer uma compra, mas sim no momento em que consegue rentabilizar esse golpe de alguma forma. Por isso, essas categorias têm tanta notoriedade, especialmente em um momento de pandemia”, explica Omar Jarouche, diretor de marketing e soluções da ClearSale.

Fraude em geral no e-commerce

Em 2020, a companhia evitou mais de R$ 2,7 bilhões em fraudes em mais de R$ 106 bilhões em transações analisadas. Apesar de representar um número aparentemente baixo -- a cada R$ 100 em compras, R$ 2,78 são transações feitas por fraudadores -- o número representa um recorde em relação à série histórica de vinte anos da companhia – acompanhando o crescimento do mercado digital com a pandemia.

No ano passado, o crescimento do volume de compras feitas via e-commerce foi de 73,84% em relação a 2019, gerando uma alta de 74,15% em receita gerada a partir dessas vendas. A quantidade de tentativas de fraude aumentou 53,61% em relação ao ano anterior.

 

O tíquete médio da fraude em 2020 foi de R$ 1.002,00 – quase o dobro do registrado em compras legítimas. “A estratégia do fraudador é a de rentabilizar o máximo possível em cada tentativa, o que justifica um aumento tão vertiginoso”, explica Jarouche.

Um fato que chama a atenção é o de que as datas comemorativas – que usualmente atraem uma grande quantidade de consumidores para o varejo online – não apresentam pico de fraude, na mesma proporção em que as compras são realizadas.

Para ter uma ideia, na Black Friday, uma das principais datas do varejo digital brasileiro, apenas 0,57% do total de compras realizadas é de tentativas de fraude, ficando em 6º lugar no ranking de fraudes por datas comemorativas divulgado pela companhia. O primeiro lugar dessa “lista” fica com a combinação de Natal, dia das mães e dia dos pais, com 1,36% de fraudes sobre o total de compras realizadas nas três datas, somadas.

Fraude por região

Ao analisar o volume de fraudes por volume de pedidos realizados, a região Norte é a que se destaca, com 3 tentativas de fraude a cada 100 compras feitas. Contudo, ao analisar os números absolutos, vale lembrar que a região Sudeste concentra o maior número de fraudes do país – uma vez que concentra a maior quantidade de pedidos realizados também.

 

E daqui pra frente?

Depois do megavazamento de dados divulgado recentemente, a companhia acredita que os índices de fraude no país em compras online não devem ter alterações significativas. O principal motivo está ligado ao fato de que se trata de um mercado estabelecido no país.

“Há pessoas especializadas em cada etapa da fraude, que nunca tiveram nenhum problema para acessar essa informação. O megavazamento é só mais uma fonte de informação para essas pessoas. Estamos atentos para ver se haverá alguma mudança significativa, mas a expectativa é de que a situação não mude muito”, finaliza Jarouche.

Para evitar fraudes, continuam válidas boas práticas como checar sempre a origem dos links e promoções recebidas – principalmente por WhatsApp e SMS, com valores muito abaixo dos praticados em outras lojas – além de evitar ceder a promoções de cartões de crédito sem entrar no site do banco que, supostamente, está fazendo uma oferta com condições especiais.

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