CCR: empresa pediu revisão de contrato e cogita devolver a concessão se não houver acordo (Valéria Gonçalves/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2017 às 13h35.
"Duplicar 800 km em cinco anos, como previsto no contrato, não é mais viável", disse Renato Vale, presidente da companhia, em entrevista.
O trecho de 806 km a ser duplicado pela CCR fica na BR-163 e cruza o Mato Grosso do Sul desde a fronteira com o Mato Grosso até o Paraná.
“Talvez, em 20 anos, valha a pena duplicar 400 km onde há maior concentração de tráfego. Vamos fazer agora para que? Perder dinheiro?”, disse Vale.
As obras de duplicação do trecho serão suspensas em maio; 2 mil trabalhadores terceirizados serão dispensados.
Dificuldades no licenciamento ambiental para a realização das obras, queda do tráfego de caminhões na via e financiamento do BNDES menor do que o esperado foram principais motivos para a decisão, segundo Vale.
Rotas alternativas sem pedágio e aumento do transporte de grãos por ferrovias diminuíram movimentação no trecho em cerca de 10% neste ano.
A CCR entrou com pedido para que o governo revise o contrato; caso não haja acordo, a empresa considera devolver a concessão.
“Não quero continuar fazendo um investimento para o qual não fui contratado”, disse Vale, referindo-se aos problemas de licenciamento ambiental e no financiamento.
Até agora, o Ibama liberou licenciamento ambiental para menos da metade do que deve ser duplicado, em trechos desconectados. Entraves no licenciamento podem aumentar custos das obras em 15%, segundo Vale.