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CBF negocia fim de amistosos e criação de torneio de seleções

A CBF negocia a criação de torneios que, depois da Copa do Mundo de 2018, preencheriam o calendário internacional

Seleção brasileira: CBF quer preencher o calendário internacional com torneio (Pedro Vilela/Getty Images)

Seleção brasileira: CBF quer preencher o calendário internacional com torneio (Pedro Vilela/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 17h27.

Londres - A era dos amistosos pode estar chegando ao seu fim para a seleção brasileira. A CBF negocia a criação de torneios que, depois da Copa do Mundo de 2018, preencheriam o calendário internacional. Nos próximos dias, o assunto fará parte de conversas entre federações em Londres e durante o encontro da Fifa na Índia.

A decisão da CBF de buscar um novo formato para o calendário internacional não ocorre por acaso. Na Europa, a Uefa já estabeleceu que, a partir de setembro de 2018, as seleções do continente deixarão de disputar amistosos e passarão a participar da recém-criada Liga das Nações. O torneio permearia toda a temporada e preencheria as datas internacionais, até agora destinadas aos amistosos.

Inicialmente, tanto a CBF como a Conmebol tentaram frear a iniciativa, alegando que criaria uma divisão no mundo do futebol. Na prática, a proposta europeia impediria que a seleção brasileira pudesse disputar amistosos contra times europeus. Dois impactos diretos seriam sentidos: de um lado, o time brasileiro não seria testado contra as grandes equipes do mundo. De outro, não conseguiria gerar uma renda importante ao disputar amistosos contra times do continente europeu.

O protesto da Conmebol e da CBF na Fifa, porém, não surtiu efeito. Afinal, um dos principais idealizadores do novo torneio europeu foi o então secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino. Hoje, ele é presidente da Fifa. Agora, a nova proposta que começa a ganhar formato é a de uma participação do Brasil em um novo torneio internacional.

Uma das ideias que passa a ser discutida é de uma participação de times sul-americanos no torneio criado pelos europeus, com uma espécie de triangular final entre os melhores das duas regiões. Mas os sul-americanos querem saber exatamente em que condições as seleções da região entrariam no evento.

Há, porém, quem resista a essa ideia. O risco seria o de ver reduzido o valor comercial e até o impacto da Copa do Mundo, já que as mesmas seleções acabariam se enfrentando pelo título de outro torneio.

Outra possibilidade que se negocia é a de fechar um novo torneio entre times da América do Sul e da Ásia. Nesse caso, a possibilidade de confrontos com a China, Catar e outros pilares financeiros do futebol internacional poderia incrementar de forma importante a renda das seleções sul-americanas. Mas o que preocupa, nesse caso, é o risco de passar anos enfrentando times do segundo escalão do futebol mundial.

O assunto dominará a pauta dos dirigentes sul-americanos que nesta semana estão em Londres para eventos da Fifa e que seguem depois para reuniões promovidas pela entidade na Índia.

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