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Casino encara proposta de Diniz como 'expropriação'

CEO do Casino alertou o BNDES sobre apoiar uma ação "ilegal" do Pão de Açúcar de Abilio Diniz

Mesmo com declarações indignadas, o CEO do Casino mantém uma expressão quase serena na iminência da fusão entre Pão de Açúcar e seu concorrente Carrefour (Divulgação)

Mesmo com declarações indignadas, o CEO do Casino mantém uma expressão quase serena na iminência da fusão entre Pão de Açúcar e seu concorrente Carrefour (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 01h11.

São Paulo - Com expressão quase serena, que raramente denuncia o tom indignado que pontua sua descrição da estratégia engendrada pelo empresário Abilio Diniz para unir Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, Jean-Charles Naouri, presidente do Grupo Casino, não hesita em classificar a manobra de seu sócio brasileiro como uma "expropriação" de sua empresa. Palavras fortes como "traição", "medíocre" e "insultante" fluem naturalmente no discurso em que lembra que pagou caro pelo direito de assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012. Mas, ele sequer altera o tom de voz.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, um dia depois de alertar o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, do perigo de o governo brasileiro apoiar uma ação ilegal, Naouri diz que seu sócio violou mais do que um acordo de acionistas. Ele recorre ao Código Civil brasileiro para acusar Diniz de má-fé. Um sinal de que a disputa, que já está no segundo round de uma arbitragem internacional, pode terminar na Justiça.

Além do encontro no BNDES, Naouri esteve em Brasília na segunda-feira, numa tentativa de conseguir audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava no exterior. De Londres, o ministro afirmou que esta não é uma questão de governo e disse que o BNDES tem autonomia para decidir se participa do negócio. O grupo Casino enxerga nas declarações de Mantega e na resposta de Coutinho - praticamente uma reafirmação dos últimos comunicados do banco - uma animadora mudança de postura do governo.

Apesar dos percalços, Naouri diz não se arrepender de um dia ter negociado com Diniz. "Considero que fiz muito bem em 1999, quando o Brasil ainda não era o que é hoje em dia e o Grupo Pão de Açúcar era um negócio medíocre, que saía de uma quase falência. Quando Diniz procurou no mundo inteiro investidores e fui aquele que aceitou. Fiz essa aposta", afirma, na entrevista concedida nesta terça-feira no Copacabana Palace. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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