Loja do Casino: franceses ainda estão longe das gôndolas, devido à crise (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2012 às 12h58.
São Paulo – Fica cada vez mais claro por que o grupo Casino bateu o pé para assumir o controle do Pão de Açúcar. Com a Europa em crise, os números da França, sua terra-natal, mais atrapalham do que ajudam seu desempenho. Atualmente, a empresa só encontra consolo nas operações de outros países.
Aos números: o Casino apresentou uma queda de 6,5% no lucro líquido no primeiro semestre. Foram 124 milhões de euros, ante 133 milhões no mesmo período do ano passado.
A França, terra-natal do Casino, foi o principal freio para os resultados. As vendas no país recuaram 0,8%, para 9,026 bilhões de euros. O movimento foi compensado pelo avanço das operações no exterior, gerando vendas de 8,322 bilhões, ou 18,2% mais. Com isso, as vendas totais somaram 17,348 bilhões, com alta de 7,5%.
Embora a França ainda responda pela maior parte das vendas, o Casino já gera mais caixa em outros países, do que lá. Os franceses responderam por 438 milhões de euros de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Foi uma queda de 7,3%.
Já as operações internacionais, que incluem Argentina, Brasil, Colômbia, Uruguai, Tailândia, Vietnã e a região do Oceano Índico, fecharam o semestre com um ebitda 28,7% maior, ou 387 milhões de euros.
Menções sucintas
Este foi o primeiro relatório divulgado após o Casino assumir, oficialmente, o controle do Pão de Açúcar, após um conturbado embate com o empresário Abilio Diniz, da família fundadora do grupo.
O Pão de Açúcar tornou-se, de longe, a maior operação internacional do Casino, com 1.575 lojas – ou 66% dos 2.379 pontos-de-venda que o Casino possui fora da França. Ainda assim, o Casino foi econômico em suas menções ao Brasil.
Falando das perspectivas do segundo semestre, o Casino afirmou que continuará apoiando o plano de desenvolvimento do Pão de Açúcar, “que tem se provado bem-sucedido”. O Casino também “reafirma sua confiança na equipe de diretores da companhia”, que passou a ser tratada como “subsidiária” no relatório. Um sinal dos tempos.