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Carteira de crédito do Santander deve crescer 10% ao ano até 2022, diz CEO

Presidente da instituição financeira, Sergio Rial afirmou que o banco ainda tem espaço para crescer de forma rentável no país

Sergio Rial: presidente do Santander falou sobre perspectivas de crescimento para o banco (Patricia Monteiro - Bloomberg/Bloomberg)

Sergio Rial: presidente do Santander falou sobre perspectivas de crescimento para o banco (Patricia Monteiro - Bloomberg/Bloomberg)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 14h56.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 14h57.

O Santander Brasil deve ter um crescimento de 10% ao ano em sua carteira de crédito até 2022, afirmou nesta terça-feira (8) o presidente-executivo do banco, Sergio Rial.

O executivo afirmou durante reunião com investidores e analistas na sede do banco em São Paulo que a carteira de crédito pessoa física deverá puxar o crescimento da carteira da instituição nos próximos anos.

Entregar tal variação neste ano significa acelerar a expansão dos empréstimos na segunda metade de 2019. Até junho, a carteira do banco cresceu 7% ante um ano no conceito ampliado e 9,3% sem considerar títulos privados como debêntures e notas promissórias.

Um dos motores, conforme Rial, será o crédito consignado, aquele com desconto em folha de pagamentos. "Chegaremos a mais de R$ 40 bilhões em crédito consignado no fim de 2019. Há cinco anos não tínhamos nada neste segmento e vamos continuar crescendo", disse Rial durante evento com analistas nesta terça-feira, o 1º Investor Day do banco no Brasil.

O executivo afirmou ainda que o banco mira alcançar um milhão de maquininhas vendidas junto às pessoas físicas por meio da Getnet. Ainda no setor de cartões, o banco, conforme ele, mira o segundo lugar - hoje, é o terceiro.

Segundo Rial, o banco deve seguir incrementando o seu portfólio de cartões, o que deve aumentar a presença da instituição e a concorrência neste segmento. Dentre os lançamentos previstos, ele comentou que o banco deve disponibilizar no mercado um American Express, com foco no público de alta renda. "Teremos um leque de cartões do banco cada vez mais completo", resumiu Rial, sem dar mais detalhes.

Na área de adquirência, o presidente do Santander disse que a Getnet tem "papel crucial" no crescimento do banco. "Lançamos uma oferta para as pessoas físicas no ano passado e é razoável pensar que teremos 1 milhão de maquininhas na metade do ano que vem", disse ele.

A concorrente Cielo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil, acaba de bater a marca de 1 milhão de maquininhas vendidas a pessoas físicas, após ter entrado nesse mercado em março de 2018.

Crescimentos futuros

Rial afirmou que o banco ainda tem espaço para crescer de forma rentável no país a despeito de já ter galgado espaço no varejo bancário brasileiro e em segmentos específicos como o de maquininhas, por meio da GetNet, e no financiamento de veículos, no qual assumiu a liderança no País, antes nas mãos do concorrente Itaú Unibanco. "Ainda existe crescimento na história futura do Santander e oportunidades em negócios rentáveis", disse ele, durante evento com analistas nesta tarde.

Segundo Rial, o Banco no Brasil entregou quatro anos de crescimento rentável, o que resumiu em uma fase de "transformação" da instituição espanhola no País. Ao fim de junho, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês) era de 21,3% ante 19,3% visto um ano antes. Em 2015, o indicador estava em 12,8%.

Para o executivo, 2020 será um grande ano de inflexão do sistema financeiro. "Claramente, teremos um novo direcionamento estratégico de vários agentes", avaliou o presidente do Santander, citando avanço tecnológico e regulatório do setor bancário no Brasil como motores para aumento de concorrência no País.

Defensor antigo de um ambiente de maior competição com os bancos públicos, Rial chamou atenção para a necessidade de o sistema financeiro no País ter menos assimetrias entre as instituições oficiais e privadas. "Esperamos competir cada vez mais de igual para igual", enfatizou Rial.

Apesar disso, ele afirmou que a concorrência "nunca dormiu" no País e que prova disso é a manutenção de retorno acima dos 20% na concorrência por décadas. O executivo afirmou que não tem uma postura pessimista quanto ao Brasil a despeito do atual cenário macroeconômico. "Existe um Brasil que cresce. O que não cresce é o setor público. O setor privado cresce em vários segmentos", concluiu.

O Santander Brasil promove nesta terça, pela primeira vez, seu Investor Day para abrir perspectivas sobre o banco.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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